Centenas de opositores do ex-presidente do Egito Hosni Mubarak enfrentaram, este sábado, a polícia com pedradas no exterior do tribunal onde o antigo chefe de Estado foi condenado a prisão perpétua por envolvimento na morte de 850 manifestantes.
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Segundo noticia a agência Efe, os confrontos começaram após a leitura da sentença, quando os manifestantes anti-Mubarak, concentrados no exterior do tribunal, tentaram impedir a passagem de um veículo policial.
Agentes antimotim chegaram de seguida para acalmar os confrontos e cortaram uma estrada próxima.
Também no interior da sala de audiências a leitura da sentença pelo juiz Ahmed Rifaat suscitou reações fortes, com apoiantes e detratores de Mubarak a gritar "nulo, nulo" e "o povo quer o sistema judicial purgado".
Hosni Mubarak, que durante 30 anos governou o Egito com uma mão de ferro, foi condenado, este sábado, a prisão perpétua por envolvimento nas mortes de 850 manifestantes durante a revolta popular que o derrubou, em fevereiro do ano passado.
Ao fim de um julgamento de dez meses, Mubarak ouviu, deitado numa maca e de óculos escuros, a sentença ditada pelo Tribunal Penal do Cairo.
O ex-ministro do Interior Habib al-Adly foi também condenado a prisão perpétua por envolvimento naquelas mortes, enquanto seis antigos comandantes da polícia foram absolvidos.
O tribunal deixou cair a acusação sobre os dois filhos do antigo ditador, Alaa e Gamal Mubarak, que eram acusados de corrupção. Segundo o juiz, os crimes de que eram acusados os filhos de Mubarak já prescreveram.