Condenado a prisão por tentar incendiar hotel com requerentes de asilo durante motim
Levi Fishlock foi, nesta quinta-feira, condenado a nove anos de prisão, por ter tentado incendiar um hotel, que albergava 200 requerentes de asilo, durante os motins que abalaram o Reino Unido, no último verão.
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O suspeito começou o julgamento a negar a acusação de desordem violenta e o fogo posto com intenção de colocar vidas em risco, mas acabou por se declarar culpado dos incidentes, que feriram 60 polícias. Levi partiu vidros do hotel Hollyday Inn de Manvers, em Rotherham, enquanto envergava uma camisola roxa da seleção inglesa, tornando-se facilmente reconhecível.
Com o hotel cercado de homens armados, os seguranças no interior e os requerentes de asilo foram aconselhados a abrigarem-se nos quartos e a trancarem as portas. Em tribunal, Levi Fishlock afirmou que atirou pedras e tentou atear fogo ao hotel, "por uma boa causa", revela a BBC.
Em tribunal, o agora condenado disse que não tinha intenção de se juntar aos motins, mas que se deparou com o incidente e acabou por participar — tese que a procuradora considerou "uma coincidência notável", já que se encontrava vestido com uma camisola da seleção nacional e foi filmado a apontar para o símbolo do país durante o ataque. O juiz do caso sublinhou que a atuação de Levi, e de outros na mesmo situação, foi motivada por ódio e racismo.
Pai de um filho, Fishlock não tinha cadastro, mas foi repreendido em 2007 por desordem violenta e em 2010 recebeu uma advertência por agressão. Segundo o advogado, terá uma "relação problemática" com drogas, desde a morte do irmão na adolescência, e sentiu "vergonha e remorsos" pela sua participação nos confrontos a 4 de agosto. Levi Fishlock é, segundo a BBC, a 80.ª pessoa condenada pela violência dentro e ao redor do hotel.