Um homem de 77 anos matou a tiro dois ativistas climáticos que estavam a realizar um protesto e a bloquear uma estrada no Panamá, na terça-feira. Os disparos foram filmados e fotografados pelos jornalistas que cobriam a manifestação.
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Kenneth Darlington, um cidadão com dupla nacionalidade, norte-americana e panamenha, foi filmado a sair de um carro e a dirigir-se contra um grupo de ativistas que estavam a bloquear uma estrada no distrito de Chame, na região oeste do país.
As vítimas mortais são dois professores. Abdiel Díaz Chávez e Iván Rodríguez Mendoza, de 62 anos, que ainda foi transportado para o hospital de urgência, mas não resistiu aos ferimentos. Uma outra pessoa ficou ferida e está internada.
Darlington já tinha sido condenado por posse ilegal de arma. "Isto acaba aqui", terá dito na terça-feira, ao ficar bloqueado no trânsito e antes de sair do carro. Ato contínuo, dirigiu-se ao grupo de protesto e depois de uma discussão, sacou da arma que trazia no casaco e disparou contra os dois ativistas, que participavam num protesto pacífico contra o Governo do Panamá por causa de um acordo de concessão de exploração de uma mina durante 20 anos, concedido a uma empresa canadiana. A mina encontra-se numa zona considerada "sensível" em termos ambientais.
Depois dos disparos, o Kenneth regressa ao carro, onde os acompanhantes com quem viajava lhe perguntam se tinha consciência do que acabara de fazer. "Sim, matei um e disparei contra outro", lê-se no auto que foi levantado pela Polícia. Terá sido a própria mulher de Darlington a chamar o 112 e a Polícia Nacional.
A polícia intercetou o veículo e a arma foi entregue sem resistência.
O atirador foi acusado de homicídio e posse ilegal de arma, de acordo com o advogado de defesa das duas vítimas, avança a estação de televisão TVN.
Os jornalistas que faziam a reportagem do protesto filmaram e fotografaram os dois homicídios.