
O ministro da presidência espanhola, Ramón Jáuregui, afirmou que a ETA procura, com a conferência internacional no País Basco, esta segunda-feira, "uma cobertura para justificar perante si própria o abandono da violência".
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"Isso parece-me o mais importante", defendeu Ramón Jáuregui, em declarações à rádio espanhola Onda Cero. "É muito provável no cálculo analítico que a ETA esteja a procurar esta espécie de cobertura para fazer um anúncio" do fim da violência, disse.
"Não sei se o fará ou não. A ETA não é uma organização previsível. Penso que chegaram à conclusão de que têm que deixar (a violência). Isso é o que me parece importante, mais além das retóricas ou liturgias de que podemos gostar mais ou menos", comentou.
Ramón Jáuregui insistiu que nem da parte do Governo nem do PSOE (socialistas, no poder) "houve qualquer contacto com a esquerda 'abertzale' (patriótica) relativamente aos resultados da conferência", ainda que "respeite" a decisão de participar dos socialistas bascos (PSE-EE).
"O importante para a democracia espanhola é que não houve nenhum preço político a troco da paz, nem por matar nem por deixar de matar. É isso que temos que reivindicar todos", acrescentou.
A Conferência Internacional para promover a resolução do conflito no País Basco - que decorre hoje à tarde em San Sebastian - conta com a participação de representantes de 19 partidos e sindicatos bascos e da esquerda 'abertzale' (patriótica).
No debate participam ainda personalidades internacionais como o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, o líder do partido irlandês Sinn Fein, Gerry Adams, e especialistas internacionais em conflitos, como é o caso da ex-primeira-ministra norueguesa Gro Harlem Bruntland.
