A polícia turca envolveu-se, esta sexta-feira, em confrontos com manifestantes nas cidades de Istambul e Izmir (oeste), durante protestos convocados pela oposição contra a detenção de Ekrem Imamoglu, presidente da câmara de Istambul e rival do presidente Recep Tayyip Erdogan.
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Segundo a agência AFP e meios de comunicação turcos, em Istambul a polícia utilizou balas de borracha para dispersar os manifestantes, que saíram à rua pela terceira noite consecutiva.
Em Izmir, a terceira maior cidade do país, a polícia utilizou canhões de água contra os manifestantes, referem as mesmas fontes.
De acordo com a agência EFE, à porta da Universidade Dokuz Eylüla, em Izmir, a polícia usou bastões, canhões de água e gás lacrimogéneo para reprimir um protesto estudantil.
Ozgur Ozel, líder do principal partido da oposição turca, o Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), disse que 300 mil manifestantes saíram à rua em Istambul em apoio a Imamoglu, detido na quarta-feira sob acusações de "corrupção" e "terrorismo".
"Estamos aqui com 300 mil pessoas", proclamou o líder do CHP em frente à Câmara Municipal de Istambul, para onde o partido tinha convocado a multidão.
Em resposta aos protestos dos últimos dias, as autoridades de Ancara e Izmir proibiram todas as manifestações até à próxima terça-feira.
O governo de Istambul proibiu concentrações até ao final de março e ordenou o encerramento generalizado de todas as estradas de acesso à Câmara Municipal.
Contrariando a ordem, um grupo de trabalhadores, membros da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Revolucionários (DISK), marchou em direção à Praça Saraçhane, onde se situa a Câmara.
"Vão respeitar o direito constitucional do povo de protestar democraticamente. Qualquer ordem contra isto é ilegal", disse Ozgür Ozel, líder do CHP.
No protesto realizado na quinta-feira em Istambul, a polícia turca usou balas de borracha e gás lacrimogéneo, quando procurava bloquear um grupo de jovens manifestantes que seguiam em direção à emblemática Praça Taksim. A polícia também utilizou canhões de água, segundo a AFP.
As forças de segurança detiverem 53 pessoas e 16 polícias ficaram feridos nos confrontos com os manifestantes.
Imamoglu, 53 anos, foi detido na quarta-feira por alegadas suspeitas de corrupção e de ligações terroristas, juntamente com dezenas de elementos do seu partido.
A oposição considerou tratar-se de uma ação política antes das primárias do partido, marcadas para domingo, que iriam consagrar o autarca como concorrente contra o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, nas próximas eleições.