A mítica Praça Tahrir, na capital egípcia, voltou este sábado a ser palco de violentos confrontos entre manifestantes e as autoridades. Duas pessoas morreram, 676 ficaram feridas, entre as quais 19 polícias, e 40 foram detidas. Governo interino tenta acalmar os ânimos.
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De acordo com a AFP, médicos anunciaram a morte de Ahmed Mahmoud, de 23 anos, morto a tiro no Cairo, e de Baha Eddin Mohamed Hussein, de 25 anos, atingido por uma bala em Alexandria, no norte do país.
Os confrontos começaram durante a madrugada, quando a Polícia obrigou cerca de uma centena de manifestantes a levantarem o acampamento montado na praça Tahrir, no Cairo.
Os protestos regressaram à histórica praça - onde em Fevereiro se iniciou a revolta que culminou na queda do presidente Mubarak - para exigir uma transição imediata do poder para um governo civil.
Recorde-se que desde a destituição do antigo ditador, o país é dirigido por uma junta militar.
Os manifestantes acusam a Polícia de os ter abordado com gás lacrimogéneo e "cocktails molotov". A grande maioria dos feridos apresenta problemas precisamente resultantes na inalação do gás e algumas fracturas.
Assim que foram divulgadas as primeiras informações sobre os confrontos, começaram a surgir manifestações de apoio noutras localidades do país, nomeadamente em Alexandria.
As autoridades policiais conseguiram recuperar o controlo da praça ao final da manhã, mas os manifestantes não arredaram pé. Com o passar das horas foram chegando à praça cada vez mais pessoas dispostas a endurecer os protestos.
Ao início da noite eram já milhares os manifestantes, que entretanto tinham conseguido recuperar a praça e encerrado todos os acessos. Contudo, a Polícia continuava a tentar desmobilizá-los.