A terceira sessão do julgamento de Hosni Mubarak, ex-presidente do Egipto, foi marcada por protestos e distúrbios dentro e fora do tribunal. As forças policiais foram obrigadas a intervir nos confrontos entre manifestantes anti-Mubarak e os apoiantes do ex-presidente.
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Durante o julgamento, a tensão sentida entre revolucionários e apoiantes do regime originou desacatos que obrigaram à intervenção policial. Segundo a agência Reuters, testemunhas referem que a confusão começou quando um seguidor de Mubarak ergueu uma fotografia do ex-presidente, enfurecendo os familiares das vítimas.
O general Hussein Saeed Mohamed Mursi, membro da polícia, testemunhou na sessão referindo que a polícia tinha recebido instruções para recorrer a gás e jactos de água para dispersar os manifestantes, na noite de 25 de Janeiro, data de início dos confrontos anti-Mubarak.
Sobre as acusações que recaem sobre o ex-presidente de incentivo das forças policiais a abrirem fogo contra os protestantes, o general Mursi, citado pela Reuters, negou à televisão estatal "a possibilidade de uso de armas automáticas contra os manifestantes".
Do lado de fora, a polícia de choque teve de acalmar os manifestantes que se encontravam à porta do edifício, após um episódio de arremesso de pedras. Citada pela Reuters, uma testemunha referiu: "Ele [Mubarak] tem de ser enforcado. Não queremos mais atrasos na sessão do tribunal".
Hosni Mubarak é o primeiro líder árabe a enfrentar presencialmente um julgamento, após as revoltas populares no Médio Oriente, no início deste ano.