O Egito avisou Israel sobre os riscos de possíveis atos de violência "três dias antes" do ataque do movimento islamita Hamas, afirmou o chefe da Comissão dos Negócios Estrangeiros da Câmara dos Representantes, Michael McCaul, esta quarta-feira.
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"Sabemos que o Egito avisou os israelitas, três dias antes, de que um evento do género poderia ocorrer", disse McCaul, após uma reunião no Congresso dos Estados Unidos da América (EUA).
Oficialmente, o Egito - o primeiro Estado árabe a assinar a paz com Israel, em 1979 - nunca comentou esta informação, que surgiu na comunicação social há vários dias.
No entanto, esta quarta-feira, e pela segunda vez desde o início da guerra entre o Hamas e Israel, "fontes altamente colocadas no aparelho de segurança egípcio", citadas por media próximos dos serviços de informações egípcios, "desmentiram os relatos da imprensa israelita segundo os quais os serviços egípcios teriam informado os israelitas da intenção do Hamas de levar a cabo um ataque em 7 de outubro".
Sobre possíveis falhas nos serviços de informações de Israel, Michael McCaul admitiu alguma surpresa perante tal situação.
"Não sabemos como é que não nos apercebemos, não sabemos como é que Israel não se apercebeu", afirmou o congressista republicano.
O movimento islamita palestiniano Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como "Espadas de Ferro".
O balanço da guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas subiu para mais de 1200 mortos do lado israelita e 1055 em Gaza, segundo dados atualizados esta quarta-feira pelas duas partes.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007.
O Hamas é considerado um grupo terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE).