Os líderes da União Europeia reúnem-se na terça e quarta-feira numa cimeira dominada pelo início do "processo de divórcio" entre o Reino Unido e o bloco europeu.
Corpo do artigo
Na carta-convite endereçada às 28 capitais da UE, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, salienta que o tema do 'Brexit' será abordado na quarta-feira, sem a presença do primeiro-ministro britânico, David Cameron, o "chamado 'processo de divórcio'".
"Na quarta-feira, os 27 chefes de Estados e de Governo irão reunir-se informalmente para discutir as implicações políticas e práticas do 'Brexit'. Em primeiro lugar, iremos debater o chamado 'processo de divórcio' tal como está previsto no 50.º Artigo do Tratado" de Lisboa, escreve Tusk aos líderes da UE.
Depois do 'divórcio', a cimeira inicia uma outra discussão sobre "o futuro da União Europeia com 27 Estados-membros".
No entanto, Tusk sublinha não ter dúvidas de que "devido ao impacto do resultado negativo do referendo no Reino Unido, será preciso dedicar a maior parte do Conselho Europeu a uma discussão sobre as suas consequências políticas".
"É minha intenção garantir que temos suficiente espaço para debater tanto com o primeiro-ministro Cameron, como separadamente com os 27 chefes de Estado e de Governo", garante o presidente do Conselho Europeu.
Na terça-feira, ao jantar, Cameron irá explicar aos ainda parceiros da UE a situação no Reino Unido após o referendo, havendo ainda lugar a uma primeira troca de impressões.
Tusk salienta ainda haver outros temas a debater, que serão abordados na terça-feira, como a cooperação entre a UE e a NATO -- com a intervenção do secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, e o fluxo migratório.
Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido vai sair a União Europeia (UE), depois de o 'Brexit' ter conquistado 51,9% dos votos no referendo de quinta-feira, cuja taxa de participação foi de 72,2%.
O primeiro-ministro britânico anunciou já a sua demissão com efeitos em outubro.
As principais bolsas europeias abriram hoje em forte queda, com a bolsa de Londres a descer perto dos 8%, mantendo-se ao início da tarde com perdas entre os 4% e os 10%.
Numa primeira reação, os presidentes das instituições europeias (Comissão, Conselho, Parlamento Europeu e da presidência rotativa da UE) defenderam um 'divórcio' o mais rapidamente possível, "por muito doloroso que seja o processo".