A Coreia do Sul considera que Pyongyang adquiriu um nível tecnológico "significativo" para miniaturizar e instalar ogivas nucleares nos seus mísseis, salienta o Livro Branco de Defesa publicado, esta terça-feira.
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Na sequência do terceiro ensaio nuclear subterrâneo encetado pelo regime de Kim Jong-un no início de 2013, Seul incluiu, pela primeira, vez, uma análise tecnológica sobre o programa nuclear e de mísseis norte-coreanos no seu relatório semestral sobre defesa.
"A capacidade da Coreia do Norte de miniaturizar armas nucleares atingiu, aparentemente, um nível significativo", salienta o documento.
Por outro lado, Seul acredita que Pyongyang terá cerca de "40 quilogramas de plutónio apto para a produção de armas mediante o reprocessamento continuado de barras de combustível gasto (usado previamente num reator) e que pode estar a trabalhar num programa de uranio altamente enriquecido".
Apesar de Pyongyang não ter apresentado publicamente a sua capacidade, peritos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos acreditam que o país já possui a tecnologia para o executar.
Um porta-voz do Ministério da Defesa da Coreia do Sul disse, citado sob anonimato pela agência Yonhap, garantiu não existirem dados concreto de informações secretas que apontem para as capacidades tecnológicas da Coreia do Norte.
No entanto, acrescentou, tendo em consideração que o processo de capacitação demora cerca de dois a sete anos e tendo passado oito anos após o primeiro teste, a Coreia do Norte terá agora capacidade significativa para produzir ogivas nucleares mais pequenas.
O Livro Branco recorda que os mísseis da Coreia do Norte podem, provavelmente, alcançar território norte-americano, tendo como base de prova os cinco testes realizados por Pyongyang, o último dos quais com um projétil capaz de alcançar os 10.000 quilómetros.
O Livro Branco refere ainda que o exército norte-coreano contava em outubro com 1,2 milhões de soldados, excluindo os na reserva, quase o dobro dos 630 mil militares das Forças da Coreia do Sul.