A Coreia do Norte anunciou, esta terça-feira, que lançou na segunda-feira um novo tipo de míssil balístico hipersónico de alcance intermédio.
Corpo do artigo
De acordo com a agência de notícias oficial nortecoreana KCNA, o veículo planador hipersónico (HGV, na sigla em inglês) montado no míssil percorreu um total de 1500 quilómetros a uma velocidade 12 vezes superior à velocidade do som e atingiu um pico de 99,8 quilómetros de altura antes de atingir o alvo simulado.
Os HGV têm a capacidade de planear e traçar trajetórias irregulares, que complicam o trabalho dos sistemas de defesa antimíssil.
De acordo com fotos publicadas pela KNCA, o míssil parece muito semelhante ao Hwasong-16B, um míssil balístico hipersónico de médio alcance que funciona com combustível sólido, testado pelo regime em abril passado.
A agência referiu que foi usado "um novo composto de fibra de carbono" para fabricar o corpo do motor e que o projétil utiliza um "novo sistema de controlo e orientação de voo".
O “novo sistema de armas estratégicas” está integrado “no plano para o desenvolvimento das capacidades de defesa nacional, a fim de aumentar a durabilidade e a eficácia da dissuasão estratégica contra potenciais rivais, de acordo com o ambiente de segurança regional em mudança”, referiu a KCNA.
A agência disse que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, testemunhou o teste numa sala de controlo, na companhia da filha, cujo nome se acredita ser Kim Ju-ae.
Kim mostrou-se satisfeito com o resultado, dizendo que o novo míssil pode "lidar com as diferentes ameaças à segurança que as forças hostis representam atualmente para o país", numa alusão aos Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão.
Segundo o líder norte-coreano, este “sistema de mísseis hipersónicos dissuadirá de forma fiável qualquer adversário na região do Pacífico que possa comprometer a segurança nacional”.
“Existem apenas alguns países no mundo que possuem sistemas de armas como este”, disse Kim, indicando que o desenvolvimento é “para autodefesa” e não faz parte de um plano ofensivo.
O chefe de Estado considerou que a arma servirá “como eixo central da dissuasão estratégica” e que será “um meio que mudará o panorama do campo de batalha”.
O Ministério da Defesa japonês anunciou, na rede social X, que detetou um lançamento de míssil por parte da Coreia do Norte, que terá caído por volta das 12:12 locais de segunda-feira (04:12 em Lisboa) fora da Zona Económica Exclusiva do Japão.
Os militares da Coreia do Sul disseram que o míssil voou 1100 quilómetros (685 antes de aterrar em águas entre a península coreana e o Japão.
Este foi o primeiro teste de mísseis da Coreia do Norte desde uma salva de mísseis balísticos de curto alcance lançada em 6 de novembro, poucas horas antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos.