A Coreia do Norte considera que a popularidade do livro "Fogo e Fúria: Dentro da Casa Branca de Trump", do jornalista Michael Wollf, é um "prenúncio da morte política" do presidente dos Estado Unidos.
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O livro do jornalista Michael Wolff "Fire and Fury: Inside the Trump White House" ("Fogo e Fúria: Dentro da Casa Branca de Trump") lançado na sexta-feira reúne uma série de revelações explosivas, resultado de mais de 200 entrevistas, incluindo as conversas entre Donald Trump e responsáveis da Casa Branca.
Esta quinta-feira, o principal jornal da Coreia do Norte, "Rodong Sinmun", dirigido pelo Partido dos Trabalhadores, apresentou um artigo sobre o livro, salientando a forma como Donald Trump reagiu e porque as vendas são tão elevadas.
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As vendas refletem "os sentimentos anti-Trump que cresceram rapidamente na comunidade internacional", é destacado no artigo, que salienta ainda que "Trump está a ser massivamente humilhado em todo o mundo".
O mesmo artigo realça que a popularidade do livro "prenuncia a morte política de Trump".
No verão passado, Trump ameaçou a Coreia do Norte com "uma fúria como o mundo nunca viu" numa troca de provocações, afirmando estar a examinar planos para lançar mísseis em direção ao território americano de Guam.
Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un trocaram ameaças de guerra e insultos grosseiros, enquanto a Coreia do Norte realizava testes de mísseis nucleares de longo alcance.
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O livro foi lançado na sexta-feira passada e já vendeu mais de 29 mil cópias, de acordo com o NPD Book Scan, citado pela agência Associated Press.
As vendas digitais já são 250 mil e as vendas de áudio excedem 100 mil, de acordo com John Sargent, o CEO da Macmillan, empresa-mãe da editora do livro.
Através de muitos testemunhos, na maioria anónimos e classificados pelo presidente como fantasiosos, o autor do livro descreve um executivo disfuncional e um chefe de Estado alérgico à leitura, muitas vezes fechado nos seus aposentos a partir das 18.30 horas, com os olhos cravados nos seus três ecrãs de televisão, multiplicando os telefonemas para um pequeno grupo de amigos, sobre quem verte "um dilúvio de recriminações" que vão desde a desonestidade da imprensa à falta de lealdade da sua equipa.
Todo o seu gabinete, segundo o autor, se interroga sobre a sua capacidade para governar.
No sábado, o presidente norte-americano, Donald Trump, definiu-se como "um génio muito estável", numa tentativa de desvalorizar especulações sobre a sua capacidade e estabilidade mental que circulam em Washington após a publicação de um livro sobre a sua presidência.
"Na verdade, ao longo da minha vida, os meus dois grandes ativos têm sido a estabilidade mental e ser, tipo, mesmo esperto", disse Trump, numa mensagem publicada na rede social Twitter.