O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu hoje que reforçar as Forças Armadas da Ucrânia é a única maneira de assegurar que uma eventual paz seja duradoura.
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"Quem tem os pés no terreno, quem está na linha da frente, e as bases das garantias de segurança são as Forças Armadas ucranianas", disse António Costa, no final de uma reunião extraordinária do Conselho Europeu, por videoconferência, convocada após contactos em Washington que envolveram, na segunda-feira, os presidentes dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e uma delegação de vários líderes de países da União Europeia (UE).
Em conferência de imprensa, em Lisboa, o presidente do Conselho Europeu disse que, independentemente do processo negocial intermediado por Trump, a "base das futuras garantias de segurança será sempre as Forças Armadas da Ucrânia". Nas mesmas declarações, Costa disse que espera que as futuras negociações entre Zelensky e o Presidente russo, Vladimir Putin, "sejam bem-sucedidas".
Sobre a arquitetura do processo de paz, António Costa disse que a única coisa que importa "é que a guerra pare".
"O que é fundamental é que a guerra pare. Que acabem os ataques, que acabe a destruição de bens materiais e, sobretudo, que acabe a destruição de vidas", referiu.
E acrescentou: "Estamos há mais de três anos com uma guerra constante, é preciso que ela pare. Se lhe chamamos tréguas, se lhe chamamos cessar-fogo, se lhe chamamos acordo de paz, o que importa é que as mortes terminem, a destruição termine, e as negociações tenham lugar e sejam bem-sucedidas".
Reunião a quatro
António Costa defendeu ainda que, além das conversações bilaterais e trilaterais entre líderes sobre a guerra na Ucrânia, devem ocorrer conversações quadrilaterais que incluam a UE.
Durante a conferência, o presidente do Conselho Europeu publicou na rede social X uma fotografia a acompanhar uma descrição em que garantia que a Ucrânia vai "permanecer no topo das agendas dos líderes durante as próximas semanas e meses", sublinhando que o primeiro passo deve recair sobre a Rússia, que deve "acabar com a violência imediatamente".
A videoconferência organizada por António Costa seguiu-se a uma reunião copresidida pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, e pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e que juntou 30 países, maioritariamente europeus.