O presidente do Conselho Europeu, António Costa, disse esta quinta-feira que, "um dia", a Ucrânia fará parte da União Europeia (UE), com o presidente ucraniano a pedir-lhe "união com os Estados Unidos" no apoio contra a Rússia.
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"É para mim uma grande honra estar ao lado do presidente Zelensky nesta que é a primeira vez que presido ao Conselho Europeu. [...] No que diz respeito à Ucrânia, temos de ser muito claros: vocês podem contar com o nosso apoio total e incondicional, custe o que custar, e durante o tempo que for necessário, agora na guerra e no futuro na paz, e queremos dar-vos as boas-vindas aqui, um dia, como membros da UE", declarou António Costa.
Falando aos jornalistas, em Bruxelas, à entrada daquele que é o primeiro Conselho Europeu por si liderado, António Costa prometeu a Volodymyr Zelensky, que está ao seu lado, que a UE "trabalhará [...] para conquistar uma paz abrangente, justa e duradoura", numa "guerra que é na Ucrânia, é contra o povo ucraniano, em solo da Europa de Leste, mas na qual o que está em causa são os princípios universais" do direito internacional.
Minutos depois, também falando aos jornalistas, o presidente ucraniano pediu a António Costa: "Temos de contar novamente com a unidade entre os Estados Unidos [da América] e a Europa".
Numa altura de transição política norte-americana, quando Donald Trump se prepara para tomar posse, Volodymyr Zelensky vincou ser "muito difícil apoiar a Ucrânia sem a ajuda americana".
"E é isso que vamos discutir com o presidente Trump quando ele estiver na Casa Branca", concluiu.
O presidente da Ucrânia participa em Bruxelas no primeiro Conselho Europeu presidido pelo novo líder da instituição, António Costa, cimeira que inaugura um novo formato de um dia, para ser mais eficaz, e que terá menos conclusões escritas.
A 1 de dezembro, Costa passou o primeiro dia do seu mandato em Kiev para garantir o apoio da UE à Ucrânia face à invasão russa e nessa altura convidou Volodymyr Zelensky para se deslocar a Bruxelas.
Num momento em que a UE e os seus Estados-membros já avançaram com cerca de 125 mil milhões de euros de apoio à Ucrânia, para o país se manter em atividade e se defender da Rússia, o objetivo do apoio comunitário é que Kiev fique numa posição mais forte face a Moscovo para, assim, conseguir negociar a paz.
Para 2025, está previsto um apoio financeiro de mais de 30 mil milhões de euros (12,5 mil milhões de euros do Mecanismo de Apoio à Ucrânia e de 18,1 mil milhões de euros dos empréstimos extraordinários), além do apoio de cerca de 30 mil milhões de euros já concedido até à data.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial.