António Costa foi avisado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de que a Rússia tinha invadido a Ucrânia às 4.18 horas da madrugada de dia 24 de fevereiro, 48 minutos depois das primeiras bombas russas terem caído em Kiev.
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Segundo o jornal "Expresso", o primeiro-ministro português já sabia desde janeiro que a guerra era praticamente certa. A invasão começaria um mês depois, apanhando-o no Algarve quando gozava os primeiros dias de descanso após a campanha eleitoral.
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As férias foram interrompidas e Costa rumava pouco depois a Lisboa. Tentou avisar o Presidente da República, mas Marcelo Rebelo de Sousa tinha acabado de adormecer. Foi o Chefe da Casa Civil que atendeu o telefone e depois alertou o presidente.
A invasão da Ucrânia não era uma ideia nova. A 25 de janeiro, ainda em plena campanha eleitoral, a presidente da Comissão Europeia avisou António Costa, através de uma linha segura, de que os serviços de informações norte-americanos acreditavam que estava iminente uma ação militar russa. Era necessário preparar uma reação conjunta.
Costa avisou Rui Rio ainda durante a campanha
Nesse mesmo dia, Costa ligou para Augusto Santos Silva e também para Rui Rio. O líder do PS acordou com o líder do PSD de que o assunto não seria tema da campanha eleitoral. E não foi.
As sanções à Rússia, caso se confirmasse uma eventual invasão da Ucrânia, foram discutidas ao mais alto nível entre os líderes da União Europeia, do Reino Unido, dos Estados Unidos da América e do Canadá. Todavia, as autoridades portuguesas não ficaram paradas.
O governo muniu-se de uma lista de oligarcas próximos de Putin e fê-la correr. O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras percorreu a pente fino as candidaturas a vistos Gold. Descobriu um nome comum e suspendeu imediatamente o seu processo de nacionalidade.
Já o Banco de Portugal não encontrou entre os titulares de contas bancárias nacionais nenhum dos nomes indicados. Do lado militar já estava tudo pronto para acompanhar as medidas decretadas pela NATO.
Na madrugada de dia 24 de fevereiro, as informações das secretas americanas confirmaram-se. Putin anunciou uma "operação militar especial" na Ucrânia e meia-hora depois caíam bombas em Kiev. A Europa estava de novo em Guerra.