Coveiro esvaziava túmulos para os revender e polícia não sabe onde estão os corpos
A polícia da Sicília, em Itália, deteve, esta segunda-feira, um ex-coveiro acusado de participar da venda de túmulos após remover os corpos que lá estavam. Outras 18 pessoas envolvidas no caso de corrupção e subornos também estão a ser investigadas.
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O cemitério de Trapani, cidade da costa siciliana, tem sido alvo de reclamações nos últimos anos por mau funcionamento. Três empresas funerárias locais envolvidas foram proibidas de operar, segundo a polícia.
O acusado, que dificultava o trabalho da empresa oficial encarregada dos serviços funerários e favorecia essas três empresas, realizava "processos extraordinários de exumação" para vender os túmulos e "propunha enterros rápidos em troca de dinheiro", afirmou a polícia.
Também é acusado de recorrer a um pedreiro para fazer trabalhos em capelas funerárias privadas, oferecendo aos seus clientes um desconto graças ao não pagamento do imposto municipal.
Além disso, o ex-coveiro alertava as floriculturas locais sobre a presença de novos arranjos florais nos túmulos para que fossem recuperados e revendidos.
A polícia suspeita que o antigo funcionário também roubava objetos de valor dos corpos que seriam enterrados, como joias de ouro.
Segundo a Polícia, ainda não há informações sobre o destino dos corpos exumados. No entanto, um artigo da Imprensa local de fevereiro de 2024 relata o caso de uma família que teve a surpresa de descobrir um novo nome na lápide do seu ente querido e acabou por encontrar o corpo num saco do outro lado do cemitério.
Por vezes, cemitérios e empresas funerárias são controlados pela máfia ou por funcionários locais corruptos nas regiões italianas onde essas organizações criminosas estão enraizadas.