Duas comissões de inquérito, uma delas internacional, serão criadas em consequência da queda do avião das Linhas Aéreas de Moçambique, na sexta-feira na Namíbia, e que vitimou 33 pessoas, anunciou este sábado a Presidência moçambicana.
Corpo do artigo
Trinta e três pessoas morreram na sequência da queda de um Embraer 190 das LAM numa área florestal entre a Namíbia e o Botsuana, quando se dirigia a Luanda, segundo dados do governo moçambicano.
"O governo tomou de imediato medidas destinadas a fazer o acompanhamento do acidente e apurar as suas causas. Uma comissão de inquérito foi constituída e juntar-se à comissão internacional de inquérito a ser liderada pela Namíbia, que é o país onde ocorreu o acidente", disse em conferência de imprensa, o ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Gabriel Muthisse, no final da sessão extraordinária do Conselho de Ministros, convocada devido ao acidente.
Invocando as normas da Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO), Gabriel Muthisse afirmou que a comissão de inquérito internacional será constituída pela Namíbia, Moçambique, como país proprietário do aparelho, e Brasil, como fabricante.
"As razões do acidente vão ser determinadas por equipas de peritos da comissão internacional de inquérito, que de acordo com as regras internacionais de aviação civil, deve ser constituída por pelo menos três partes: a principal é o país onde ocorreu o acidente, a segunda é o país de bandeira e a terceira parte é o país fabricante", afirmou Gabriel Muthisse.
A comissão de inquérito nacional será formada por quadros superiores do Ministério dos Transportes e Comunicações e por peritos da LAM, adiantou o titular do pelouro dos Transportes e Comunicações moçambicano.
Gabriel Muthisse enfatizou que o sinistro aconteceu numa área de difícil acesso e as operações de busca encetadas pela Força Aérea da Namíbia depararam-se com chuvas torrenciais.
"O acidente deu-se numa região remota de difícil acesso e que estava a ser fustigada por mau tempo e chuvas torrenciais. Os aparelhos de busca da Força Aérea não conseguiram visualizar o avião", sublinhou o ministro moçambicano dos Transportes e Comunicações.
Sem especificar o ano da compra do Embraer 190 que se despenhou, Gabriel Muthisse referiu que o aparelho "era o mais recente" do conjunto deste tipo que as LAM compraram ao fabricante brasileiro Embraer.
Muthisse declarou ainda que os nomes das 33 vítimas serão divulgados, logo que todas as famílias forem informadas do sucedido.
O Governo moçambicano vai decretar luto nacional, "assim que as condições objetivas o justificarem", acrescentou o titular do pelouro dos Transportes e Comunicações de Moçambique.