Um menino morreu hoje na ilha grega de Lesbos, na sequência do naufrágio de um barco carregado com cerca de 50 migrantes que tentava atravessar o mar Egeu, disse um porta-voz da Guarda Costeira grega.
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O barco virou-se por volta das 08:30 locais (06:30 em Lisboa) perto daquela ilha do mar Egeu.
De acordo com a mesma fonte, "46 pessoas estão a salvo", mas uma criança ficou inconsciente e não foi possível reanimá-la, tendo uma segunda criança sido hospitalizada".
Não foram fornecidos detalhes sobre a nacionalidade ou idade da criança.
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O barco, oriundo das costas da Turquia, "virou-se pouco depois de entrar em águas gregas devido à quantidade excessiva de pessoas a bordo, uma situação que é recorrente entre os 'contrabandistas' de migrantes", afirmou a Guarda Costeira em comunicado hoje divulgado.
Aquela entidade dirigiu-se de imediato ao local, onde conseguiu recuperar "46 pessoas sãs e salvas", segundo refere no comunicado, adiantando que "duas crianças foram hospitalizadas, uma delas inconsciente e na qual não resultaram os esforços de reanimação".
A segunda criança está "fora de perigo", adianta a Guarda Costeira.
Cerca de 1.300 pessoas com pedidos de asilo chegaram, entre domingo e hoje, às cinco ilhas gregas do mar Egeu, perto da Turquia, um claro aumento de refugiados desde que Ancara abriu as suas portas à passagem de migrantes para a Europa, disse o secretário de Estado grego responsável pela pasta dos asilos, Manos Logothetis,
"O aumento do número de chegadas é significativo, passámos de uma média de 200/300 na semana passada para 500/800 nos últimos dias", afirmou Manos Logothetis.
Em 24 horas, "entre a manhã de domingo e a manhã de hoje, cerca de 1.300 pessoas" desembarcaram nas ilhas de Lesbos, Quíos, Leros, Kos e Samos, as cinco ilhas do mar Egeu onde estão localizados os centros de acolhimento e registo dos migrantes que chegam à Europa através desta rota para apresentarem requerimentos de asilo, acrescentou.
A maioria dos migrantes chegou a Lesbos, a principal porta de entrada de requerentes de asilo na Europa nos últimos meses.
Após a escalada das tensões no noroeste da Síria, a Turquia decidiu deixar a migração fluir para as fronteiras greco-turcas e greco-búlgaras para pressionar o Ocidente.
No domingo, a Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex) elevou o nível de alerta e decidiu reforçar os meios de segurança na fronteira entre a Grécia e a Turquia, onde se concentram milhares de migrantes.
Um porta-voz da agência explicou que a Frontex recebeu "um pedido de ajuda suplementar da Grécia" e que está a "reorganizar equipamento técnico e agentes" para o local.
Segundo a agência, existe um pequeno grupo de agentes localizado na região grega de Evros e outros 60 agentes na Bulgária, ambos na fronteira com a Turquia.
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou no sábado ter aberto as fronteiras com a Europa para a passagem de migrantes e refugiados, adiantando que nas próximas horas entre 25.000 e 30.000 pessoas podem tentar chegar à Grécia.
As autoridades gregas revelaram no domingo que bloquearam a entrada de quase 10 mil migrantes na região de Evros, que faz fronteira com a Turquia.
No entanto, do lado da Turquia, o ministro do Interior, Suleyman Soylu, afirmou hoje através da rede social Twitter que nas últimas horas 76.358 pessoas saíram do país, desde Edirne, e entraram na Grécia.
No sábado, a Organização Internacional para as Migrações revelou que pelo menos 13 mil pessoas já se encontravam na fronteira greco-turca, após o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ter aberto as fronteiras para deixar passar migrantes e refugiados para a Europa.
A Turquia alberga atualmente 3,5 milhões de refugiados sírios e centenas de migrantes e refugiados da Ásia, África e Médio Oriente usam o país como ponto de trânsito para alcançar a Europa através da Grécia.
Os dados mais recentes do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, a Grécia tem atualmente 115 mil refugiados e com pedidos de asilo.