Agora está em segurança na Turquia, mas Mohammed (nome fictício), com treze anos na altura em que foi recrutado, frequentou durante um mês um campo de treino da crianças do Estado Islâmico, na Síria. Em entrevista à CNN, conta que foi obrigado a assistir a crucificações e decapitações.
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Obrigado a prestar juramento de fidelidade a Abu Bakr al-Baghdadi, o líder do Estado Islâmico (EI), Mohammed conta que foi treinado para usar armas e obrigado a decorar o Corão.
"Quando íamos à mesquita, ordenavam-nos que estivéssemos lá no dia seguinte para assistir a decapitações, pessoas a serem chicoteadas ou apedrejadas", disse à CNN, revelando que um amigo da mesma idade foi chicoteado por não ter cumprido o jejum do Ramadão. Uma outra criança da mesma idade terá sido morta na frente de batalha contra o Governo sírio.
Nas aulas que tinha sob a supervisão do EI, Mohammed confessa que não conseguia compreender conceitos como "infiéis" ou por que razão teria de os matar.
O pai de Mohammed conta que tentou, por várias vezes, saber informações sobre o filho durante o mês em que esteve no campo, mas nunca foi autorizado. Foi mesmo ameaçado com decapitação, caso não o deixasse frequentar o campo de treino do Estado Islâmico.
A família acabou por conseguir fugir para a Turquia, onde tenta escapar ao Estado Islâmico e reconstruir a vida.
Nos vídeos divulgados pelos militantes do EI, há várias crianças que gritam palavras de fidelidade ao grupo islâmico e muitas delas, mesmo com idades visivelmente inferior a 10 anos, seguram e disparam armas.
Nos últimos dias, algumas imagens foram publicadas na Interner com a execução de militares sírios, curdos e de "espiões de Israel".