Daesh assume atentado em sala de espetáculos de Moscovo que fez mais de 60 mortos
Tiroteio no Crocus City Music Hall, de que resultou ainda mais de uma centena de feridos, foi reivindicado pelo Estado Islâmico, que disse ter atacado “uma grande concentração de cristãos”.
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Um grupo de pelo menos cinco homens armados, que envergavam camuflados, abriu fogo ao final do dia de hoje no interior da sala de espetáculos Crocus City Music Hall, em Krasnogorsk, nas imediações de Moscovo, no decorrer de um concerto da banda de rock Piknik, provocando mais de 60 mortos e pelo menos 145 feridos, incluindo crianças. O atentado foi reivindicado, já ao final da noite, pelo Estado Islâmico, cujos militantes detonaram ainda explosivos no local, tendo-se registado vários incêndios que deixaram grande parte do edifício em chamas.
"Os combatentes do Estado Islâmico atacaram uma grande concentração de cristãos na cidade de Krasnogorsk, nos arredores da capital russa, Moscovo, matando e ferindo centenas e causando grande destruição ao local antes de se retirarem em segurança para as suas bases”, anunciou o Estado Islâmico na rede social Telegram.
Entre os vídeos que hoje circulavam nas redes sociais, captados por quem se encontrava na sala de espectáculos, vários indivíduos, em uniformes de combate, disparavam à queima-roupa com armas automáticas sobre dezenas de pessoas em fuga enquanto muitas outras tentavam proteger-se atrás dos bancos da plateia, num cenário de caos e pânico. Segundo alguns do vídeos divulgados, registaram-se pelo menos duas explosões no interior do edifício envolto em chamas. Noutras imagens, algumas pessoas imploravam por ajuda no telhado consumido pelo fogo.
O presidente da câmara de Moscovo, Sergei Sobyanin, que classificou o ataque como uma “grande tragédia”, anunciou que cancelaria todas as atividades culturais, desportivas e outros eventos de massa previstos para este fim de semana, sendo que ferrovias, estações, aeroportos e outros serviços públicos reforçaram de imediato a segurança.
"Os agressores provavelmente abriram fogo na entrada do edifício durante o concerto, usando armas automáticas, e depois começou um incêndio no edifício”, afirmaram os serviços de emergência russos, citados pelo jornal “The Guardian”. As autoridades referiram que até cinco pessoas terão participado no ataque, embora mais pudessem estar envolvidas, de acordo as imagens em vídeo veiculadas.
Não sendo claro até ao momento se as forças de segurança conseguiram neutralizar os agressores, pelo menos 70 ambulâncias foram enviadas para o local do ataque, e as equipas de emergência anunciaram ter retirado cerca de 100 pessoas que estavam abrigadas na cave da sala de espetáculos.
Ucrânia negou envolvimento
Pouco depois do ocorrido, Kiev apressou-se a negar qualquer envolvimento no atentado. “A Ucrânia certamente não tem nada que ver com os tiroteios/explosões no Crocus City Hall. Não faz sentido algum. A Ucrânia luta com o exército russo há mais de dois anos. E tudo nesta guerra será decidido apenas no campo de batalha. Somente pela quantidade de armas e decisões militares qualitativas. Os ataques terroristas não resolvem nenhum problema”, escreveu o conselheiro do presidente ucraniano, Mykhailo Podolyak, na rede social X.
"A Ucrânia nunca recorreu ao uso de métodos terroristas. É sempre inútil. Ao contrário, aliás, da própria Rússia, que utiliza ataques terroristas na atual guerra contra a Ucrânia”, alegou ainda o conselheiro de Volodymyr Zelensky.