O chefe da diplomacia síria, Walid Muallem, acusou o presidente egípcio, Mohamed Morsi, de incitar "à continuação do banho de sangue na Síria" após este ter denunciado o "regime opressivo" sírio durante a Cimeira dos Não-Alinhados, em Teerão.
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"A delegação síria abandonou a sala para protestar contra o conteúdo do discurso de Morsi que (...) é uma ingerência nos assuntos internos sírios e (...) uma incitação à continuação do banho de sangue na Síria", afirmou Walid Muallem, que integrava a delegação, citado pela televisão estatal síria.
Na abertura da cimeira dos Países Não-Alinhados, organizada por Teerão, um dos mais firmes aliados do regime de Bashar al-Assad, Mohamed Morsi não hesitou em manifestar a sua "solidariedade com a luta dos sírios contra o regime opressivo que perdeu a legitimidade".
A delegação síria, chefiada pelo primeiro-ministro, Waël al-Halaqi, deixou a sala nessa altura, noticiou a agência oficial egípcia Mena.
"A revolução no Egito foi um pilar da 'primavera árabe', que começou na Tunísia, foi seguida na Líbia e no Iémen e hoje a revolução na Síria visa o regime opressivo" deste país, disse o presidente egípcio.
Primeiro presidente civil eleito no Egito após a revolta popular que derrubou Hosni Mubarak, Mohamed Morsi visita Teerão no quadro desta cimeira, sendo a primeira visita de um chefe de Estado egípcio ao Irão desde que os dois países romperam relações diplomáticas, há mais de 30 anos.
A revolta contra o regime sírio de Bashar al-Assad dura há 17 meses e já fez mais de 25 mil mortos, de acordo com uma organização não-governamental síria.