A Presidência da Tunísia anunciou esta noite a instauração do estado de emergência no país e a imposição do recolher obrigatório na área metropolitana de Tunes, a capital.
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O chefe de Estado Béji Caid Essebsi proclamou a medida na sequência do atentado contra um autocarro da segurança presidencial e que provocou 12 mortos.
"Atendendo a este acontecimento doloroso, esta enorme tragédia (...) proclamo nos termos da lei o estado de emergência por 30 dias e um recolher obrigatório na área metropolitana de Tunes a partir das 21 horas até às 5 horas [entre as 20 horas até às 4 horas, hora de Portugal continental]", declarou Béji Caid Essebsi num breve discurso transmitido pela televisão.
O porta-voz da Presidência, Moez Sinaoui, precisou à agência noticiosa francesa AFP que o cessar-fogo estará em vigor "até nova ordem".
Pelo menos 12 agentes da segurança presidencial foram mortos e 20 ficaram feridos -- um balanço oficial provisório -- numa explosão que atingiu o veículo em pleno centro da capital, um atentado "terrorista" segundo as autoridades.
A Tunísia tinha suspendido no início de outubro o estado de emergência imposto alguns dias após o atentado que provocou 38 mortos, todos turistas estrangeiros, em 26 de junho num hotel à beira-mar perto de Sousse.
Os tunisinos já tinham sido submetidos à medida há três anos, de 14 de janeiro de 2011, algumas horas antes da fuga do ditador Zine El Abidine Ben Ali, a março de 2014.
Esta medida de exceção permitiu designadamente às autoridades proibir as greves e reuniões "que pudessem provocar ou conduzir à desordem", encerrar provisoriamente salas de espetáculos" e outros locais públicos e ainda "adotar todas as medidas para assegurar o controlo dos media e as publicações que qualquer natureza".