A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, confirmou, esta terça-feira, um processo de destituição contra Donald Trump.
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Em causa estão as suspeitas de Trump ter feito depender o desbloqueio da ajuda norte-americana à Ucrânia da abertura de uma investigação, por parte das autoridades de Kiev, ao filho de Joe Biden, candidato às próximas eleições pelos Democratas.
O jornal "The Washington Post", que citava fontes próximas do assunto, escreveu que durante uma conversa telefónica, Trump pediu várias vezes a Vladimir Zelenski, que trabalhou com o seu advogado pessoal, Rudy Giuliani, para que investigasse Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente.
"Ele [Trump] disse a Zelenski que deveria trabalhar [com Giuliani] sobre Biden, e que Washington quer saber" acerca das atividades do filho do agora candidato à presidência do partido democrata em 2020", escreveu o "The Wall Street Journal".
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O anúncio da decisão foi comunicado pouco depois de uma reunião à porta fechada entre os congressistas democratas. "Ninguém está acima da lei", justificou Nancy Pelosi. Para Pelosi, o telefonema de Donald Trump representa "uma violação da lei". A responsável disse ainda que as ações do presidente são "uma traição do juramento, uma traição à segurança nacional e à integridade das eleições".
Trump reage no Twitter
Donald Trump reagiu à decisão dos democratas, criticando o "timing" da media. "Um dia tão importante nas Nações Unidas, tanto trabalho e tanto sucesso, e os democratas tinham que, propositadamente, arruinar isto com notícias da caça às bruxas. Tão mau para o nosso país", referiu.
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Num outro tweet, escrito em maiúsculas, disse: "ASSÉDIO PRESIDENCIAL!"
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Trump aceita divulgar conversa com homólogo ucraniano
Donald Trump aceitou publicar o conteúdo da sua conversação com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
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"Estou na Organização das Nações Unidas (ONU), onde represento o nosso país, mas autorizei a publicação amanhã (quarta-feira) da transcrição completa (...) da minha conversa telefónica com o presidente ucraniano", escreveu o multimilionário republicano na sua conta da rede social Twitter.
Em declaração divulgada hoje, o antigo vice-presidente de Barack Obama "vai instar Trump a cooperar com todas os pedidos legais de informação que estão suspensos, sobre a questão ucraniana e outros inquéritos", indicou a sua equipa de campanha à AFP.
"E se Trump não se conformar, o Congresso não vai ter outra escolha senão lançar o professo de destituição", acrescentou.
Wall Street baixa com processo de destituição a Trump e críticas deste à China
A bolsa nova-iorquina encerrou em baixa, com os investidores a cederem à que então era uma possibilidade, o lançamento de um processo de destituição de Donald Trump, bem como pelas críticas deste às redes sociais e à China.