A primeira-ministra britânica perdeu mais uma vez no já longo processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE). Os deputados rejeitaram uma moção pedindo o seu respaldo à estratégia de renegociação do acordo que já definiu com Bruxelas.
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Isto num dia em que Theresa May prosseguiu com a sua ronda de charme junto de líderes europeus telefonando ao primeiro-ministro português. Quis sensibilizar António Costa para a necessidade de alterações no dito acordo. Servirá de pouco quando a receção em Londres é a de permanente negação.
"A primeira-ministra falou do empenho do Governo em fazer passar um acordo e apresentou a situação no parlamento [britânico], onde existe um apoio amplo ao acordo, embora sejam precisas alterações legais vinculativas para o conseguir fazer passar", explicou a porta-voz de May à Lusa.
Impasse a mês e meio do prazo
O Brexit está num impasse, depois de esse acordo ter sido rejeitado no parlamento britânico por uma margem histórica de 230 votos.
Uma maioria de deputados aprovou entretanto, a 29 de janeiro, uma proposta para negociar alternativas à solução definida ("backstop") para evitar uma fronteira física entre as Irlandas. O backstop seria ativada se, após o período de transição, no final de 2020, não estiver concluído um novo acordo, mantendo o Reino Unido na união aduaneira europeia e a Irlanda do Norte sujeita a regras do mercado único. Solução que muitos deputados não aceitam, mas que os líderes europeus estão indisponíveis para renegociar.
A incerteza que se arrasta nas negociações do Brexit começa a ter efeitos na economia britânica. Ontem, soube-se que o PIB britânico sofreu um corte de 2% desde o referendo que determinou o divórcio, em 23 de junho de 2016. A saída está marcada para as 23 horas do próximo dia 29 de março, mas ainda não há sequer data definida para um eventual acordo final entre May e a UE ser votado no Parlamento. que nem sequer respalda a dita negociação de alterações...