O fóssil do crânio de um antepassado do T-Rex, descoberto no Uzbequistão, está a ajudar a perceber a evolução destes dinossauros até "reis do Cretáceo".
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Várias partes do esqueleto do tiranossauro "Timurlengia euotica", que viveu na Terra há 90 milhões de anos, foram descobertas no Deserto Kyzyl Kum, no norte do Uzbequistão, em 2004. Mas foi o crânio que trouxe os maiores resultados da expedição, revelaram esta segunda-feira os investigadores.
A parte de trás do crânio revelou aos investigadores que tinham descoberto o fóssil de uma nova espécie de tiranossauro, que precedia os T-Rex que todos conhecemos.
"Foi o que nos disse que tínhamos definitivamente um tiranossauro, que era uma nova espécie e que era apenas do tamanho de um cavalo", explicou Stephen Brusatte, da Escola de Geociência da Universidade de Edimburgo, à "Fox News".
O "primo" do T-Rex media apenas três metros, mas tinha um cérebro muito avançado e uma audição evoluída, fatores essenciais para atingirem o estatuto de predador mais temido. Por ter um ouvido interno alongado, o "Timurlengia euotica" ouvia sons de baixa frequência, algo importante na procura de presas.
"Só depois destes antecessores dos tiranossauros desenvolverem a inteligência e os sentidos aguçados é que cresceram para o tamanho colossal do T-Rex. Os tiranossauros tornaram-se inteligentes antes de se tornarem grandes", concluiu Stephen Brusatte.
Esta tese desmitificou a antiga ideia de que o cérebro do T-Rex tinha evoluído à medida que aumentava o seu tamanho total, mas agora sabe-se que isso ocorreu muito antes de ele se tornar gigantesco.
O facto de o Timurlengia pesar apenas 249 kg sugeriu também que os tiranossauros só cresceram para um tamanho grande no final da Era Mesozoica.
Para além destas conclusões, a descoberta destes vestígios ajudou a preencher um vazio de 20 milhões de anos no registo de fósseis de tiranossauros.