Uma vala comum com 1270 corpos foi, este domingo, descoberta em Tripoli. As novas forças políticas do país afirmam que os corpos descobertos são de detidos na prisão de Abu Salim que foram assassinados em 1996 pelo regime de Kadafi
Corpo do artigo
Numa conferência de imprensa, Khaled Cherif, porta-voz das forças armadas das novas autoridades líbias, explicou que a vala comum foi descoberta graças a informações fornecidas por pessoas próximas ao regime de Kadafi e que há 15 anos terão participado no massacre.
Depois de terem sido sujeitos a um interrogatório, as pessoas próximas do ex-líder líbio disseram que os corpos foram enterrados entre 1996 e 2000 no solo do estabelecimento prisional e que, posteriormente, foram desenterrados e voltados a enterrar numa vala comum no exterior.
O porta-voz Conselho Militar de Tripoli adiantou aos jornalistas que as estimativas apontam para 1270 presos assassinados, acrescentando que já começaram as operações para exumar os cadáveres.
Adiantou que o Conselho Nacional de Transição, que governa Líbia depois de depor Muammar Kadafi, não tem de momento os meios necessários para poder identificar os cadáveres, que terão sido pulverizados com produtos químicos para dificultar a identificação.
A prisão de Abu Salim tem uma reputação sinistra. Opositores do regime asseguram que foram torturados sistematicamente naquele local.
A prisão também abrigou presos acusados de pertencerem ao Grupo Islâmico Líbio de Combate (GICL) que terá promovido uma tentativa de rebelião entre a população prisional, que terminou com o massacre de 1996.
Nesse massacre, um dos maiores da história do país, foram mortas mais de 1.200 pessoas.
No final de Agosto, quando as forças que se anti-Kadafi assumiram o controlo de Tripoli, os habitantes que moram perto deste complexo prisional abriram as portas e libertaram centenas de reclusos.