Uma organização de defesa dos direitos humanos russa declarou, esta segunda-feira, que "até 15 mil soldados russos" foram enviados para a Ucrânia durante os dois últimos meses e várias centenas podem ter morrido em combates no país.
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"Ao longo dos dois últimos meses, entre 10 mil e 15 mil soldados russos foram enviados" para a Ucrânia, disse à agência noticiosa francesa AFP a presidente da Comissão das Mães de Soldados Russos, Valentina Melnikova.
Entre sete mil e oito mil militares russos poderão estar atualmente na Ucrânia, acrescentou a responsável da organização não-governamental (ONG).
Melnikova, que também integra o Conselho público junto do ministério da Defesa russo, explicou que estas estimativas se baseiam em informações fornecidas pelas famílias, cujos filhos ou maridos foram destacados em manobras, antes de ser impossível qualquer tipo de comunicação.
"Os comandos militares estão a desenvolver uma operação especial secreta", considerou.
Kiev e os países ocidentais acusam a Rússia de ter já destacado tropas regulares no leste da Ucrânia, o que Moscovo desmente.
De acordo com organizações de defesa dos direitos humanos russas, pelo menos 200 soldados russos morreram, até agora, em combates na Ucrânia.
Uma centena de soldados da brigada de infantaria número 18, baseada na Chechénia, morreu na Ucrânia, de acordo com o chefe da ONG Cidadão e Exército, Serguei Krivenko, e a responsável do ramo local da Comissão das mães de soldados em São Petersburgo, Ella Poliakova.
Cerca de 100 paraquedistas, estacionados em Pskov (noroeste), morreram em combates na Ucrânia, disse à AFP um deputado da oposição do conselho legislativo local, Lev Chlosberg.
"As autoridades devem dizer porque morreram soldados no território de um outro Estado e porque foi isso silenciado", sublinhou Poliakova, cuja organização foi classificada, na passada semana, pelas autoridades como "agente do estrangeiro".
"Mais de mil soldados russos" estão atualmente destacados na Ucrânia, de acordo com dados da NATO.