O ministro da Agricultura do Níger foi colocado em prisão preventiva, no sábado, no âmbito de uma investigação sobre a suspeita de tráfico de bebés para a vizinha Nigéria, indicaram os seus assessores.
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Uma das mulheres de Hama Amadou, o principal rival do Presidente do Níger, Mahamadou Issoufou, figura entre as 17 pessoas, incluindo 12 mulheres, detidas no âmbito do caso desde o final de junho.
Abdou Labo "foi levado para a prisão Say, de Niamey, depois de ter sido ouvido pelo juiz que decretou a sua prisão preventiva", disse um dos assessores do ministro à agência AFP.
Sob o ministro recai a suspeita de "cumplicidade" no tráfico de bebés entre a Nigéria - onde foram concebidos -, o Benin e o Níger.
Labo, que exerceu o cargo de ministro do Interior entre 2011 e 2013, é vice-presidente da Convenção Democrata Social, liderada por Mahamane Ousmane - que foi o primeiro Presidente do Níger democraticamente eleito e que exerceu o cargo entre 1993 e 1996 -, tendo entrado para o governo apesar da oposição do seu partido.
"Neste alegado caso de tráfico de crianças não foram apresentadas evidências para o provar", disse Amadou à Radio France Internationale (RFI) no final de julho. "Este caso é político", frisou.
Contudo, o ministro da Justiça, Marou Amadou, ripostou: "Se fechássemos os nossos olhos teria sido político".
"Vamos acabar com qualquer tipo vergonhoso de tráfico, independentemente de quem estiver envolvido", acrescentou.
O Ministério Público indicou que havia "provas" de que a lei foi violada após uma minuciosa investigação nos três países.