Pode finalmente estar a dissipar-se o mistério em torno do desaparecimento do avião da Malaysia Airlines, com a detenção em Kuala Lumpur, de 11 pessoas com ligações à Al-Qaeda e suspeitas de estarem envolvidas no sumiço do aparelho, há dois meses.
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"A possibilidade de o avião ter sido desviado por terroristas continua no topo da lista. Os investigadores internacionais pediram um relatório exaustivo sobre este novo grupo terrorista", revelou um responsável da Divisão de Contraterrorismo da Malásia.
Os suspeitos, com idades entre os 22 e os 55 anos, foram detidos na semana passada, na capital malaia, Kuala Lumpur, e no estado de Kedah. A equipa de investigadores internacionais, que inclui agentes dos serviços secretos norte-americanos FBI e o britânicos MI6, deteve os 11 suspeitos para interrogatório, segundo escreve o jornal inglês "The Independent".
Alegadamente, os 11 detidos são membros de um novo grupo terrorista, que inclui estudantes, trabalhadores ocasionais, uma jovem viúva e homens de negócios.
Durante os interrogatórios, alguns dos suspeitos admitiram a existência de uma "campanha de terror" na Malásia, mas negaram qualquer envolvimento no desaparecimento do Boeing 777, revelou o mesmo responsável malaio.
O voo MH370 da Malaysia Airlines desapareceu há dois meses, quando realizava a ligação entre Kuala Lumpur e Pequim, com 239 pessoas a bordo. Nos últimos dois meses não foram encontrados quaisquer vestígios ou provas do despenhamento do aparelho.
Relatório preliminar
O relatório preliminar sobre o voo da Malaysia Airlines, apresentado na semana passada, concluiu que as operações de busca para encontrar o aparelho demoraram quatro horas a ser ativadas.
O documento de cinco páginas, encomendado pelas autoridades da Malásia a um grupo de especialistas, inclui a cronologia dos acontecimentos, segundo a qual o avião descolou de Kuala Lumpur pelas 00.41 horas locais, o contacto com o radar foi perdido pelas 01.21 horas e o aparelho foi dado como desaparecido às 01.38 horas. Quatro horas depois foi lançado um alerta ao Centro de Coordenação de Resgate, pelas 05.30 horas.
O voo tinha chegada prevista a Pequim cerca de seis horas depois de descolar.
A bordo viajavam 153 cidadãos da China, 50 da Malásia , sete da Indonésia, seis da Austrália, cinco da Índia, quatro de França, três dos Estados Unidos, dois da Nova Zelândia, dois da Ucrânia, dois do Canadá, um da Rússia, um da Holanda, um de Taiwan e os dois iranianos que utilizaram passaportes roubados a um italiano e um austríaco.
As buscas foram iniciadas no golfo da Tailândia, onde se registou o último contacto, e foram depois alargadas ao estreito de Malaca e, mais tarde, ao mar de Andaman.
A 24 de março, uma análise às mudanças de frequência dos sinais da comunicação por satélite indicou que o avião voou para o sul do Oceano Índico.