A polícia espanhola deteve 19 pessoas envolvidas numa rede de exploração de mulheres, que mantinham em regime de quase escravatura, com jornadas de trabalho até 14 horas, num mega bordel próximo da fronteira com França.
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Em comunicado divulgado esta quarta-feira, a polícia refere que o grupo agora desarticulado obrigava as mulheres, no início de cada turno de trabalho, a identificarem-se com a colocação de impressão digital, submetendo depois as jovens a "continuas ameaças, espancamentos e violações".
"As vítimas eram captadas na Roménia, quando ainda eram menores de idade, oferecendo-lhes falsos trabalhos em Espanha como cuidadores de crianças e idosos. Mantinham-nas num regime de semi-escravatura, com jornadas laborais de 12 ou 14 horas", adianta o comunicado.
Entre os 19 detidos estão os principais responsáveis da rede, tendo a polícia identificado 215 vítimas diretas do mega bordel, em La Junquera (Girona), que chegou a faturar 60 mil euros diários.
As investigações começaram há cerca de um ano e partiram da denúncia de várias vítimas da organização na Roménia, que informaram a polícia de que um homem, romeno, estava a recrutar menores na zona de Braila.
Foi nessa localidade romena que arrancou a operação que culminou meses depois com a detenção dos principais responsáveis da rede, formada por dois grupos: um que operava em Braila e outro, liderado por um casal, que geria o bordel.
A polícia descobriu ainda uma complicada rede de empresas que terão sido usadas para o branqueamento de milhões de euros obtidos através daquela atividade ilícita.