O procurador-geral do México, Jesús Murillo, anunciou na segunda-feira a detenção de quatro presumíveis membros do cartel Guerreros Unidos, que confessaram a participação no desaparecimento de 43 estudantes detidos por polícias, há um mês, em Iguala.
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"São as primeiras detenções de participantes confessos no desaparecimento, na noite de 26 de setembro e madrugada de 27, deste grupo alargado de pessoas", disse Murillo, numa mensagem enviada aos meios de comunicação na capital mexicana.
Também na segunda-feira, um tribunal mexicano ordenou a abertura de um processo penal contra o presumível líder do Guerreros Unidos, Sidronio Casarrubias, que foi detido em 18 de outubro, pelos ataques àqueles estudantes.
O Conselho da Judicatura Federal informou a existência de um mandado de detenção formal em nome de Casarrubias.
O mandado foi emitido pela sua "presumível responsabilidade na encomenda dos delitos de criminalidade organizada e porte de armas de uso exclusivo do Exército, Marinha e Força Aérea", acrescentou.
A detenção de Casarrubias foi determinante para descobrir a infiltração do crime organizado na autarquia de Iguala, bem como o controlo exercido sobre a polícia local e o município vizinho de Cocula.
As investigações da Procuradoria-geral apuraram que os polícias de Cocula transferiram os jovens, entregando-os ao cartel Guerreros Unidos.
Segundo o procurador-geral, Jesús Murillo, Casarrubias ordenou a eliminação dos jovens por acreditar que integravam um cartel rival, designado Los Rojos.
Ainda na segunda-feira, o diretor de Segurança Pública do município de Cuajinicuilapa, no Estado de Guerrero, Honorio Martínez Rodríguez, foi assassinado numa emboscada.
A camioneta da polícia em que se deslocavam Martínez Rodríguez e os seus guarda-costas, que também foram mortos, foi alvejada durante 15 a 20 minutos por um grupo de homens, que as investigações iniciais estimam em cinco.
O Estado de Guerrero está a viver momentos de crispação devido ao desaparecimento de 43 estudantes, em 26 de setembro, atribuído a forças policiais de Iguala e Cocula, depois de um ataque a tiro que causou seis mortos e 25 feridos.
Em Iguala realizou-se uma missa, na segunda-feira, com a presença de 300 familiares e estudantes da Escola Normal de Ayotzinapa, no mesmo sítio onde morreram três estudantes mortos pela polícia, em 26 de setembro.
Há um mês, polícias municipais de Iguala, por ordens do então alcaide José Luis Abarca, que se encontra em fuga, dispararam contra uma concentração de estudantes da Normal Rural de Ayotzinapa, causando seis mortes, 25 feridos e 43 estudantes desaparecidos.