A polícia espanhola anunciou, esta quarta-feira, que prendeu 19 pessoas por suspeita de homicídios e torturas numa embarcação que transportava migrantes do Senegal para as ilhas Canárias, uma viagem na qual pelo menos 50 pessoas desapareceram.
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A embarcação de madeira foi resgatada à deriva ao sul da ilha de Gran Canária, no oceano atlântico, em 24 de agosto, com 248 sobreviventes, segundo a Polícia Nacional.
As autoridades acreditam que o barco levava cerca de 300 pessoas e que os desaparecidos foram atirados ao mar durante os 11 dias de viagem.
Os sobreviventes relataram que vários dos detidos, que eram os comandantes do barco, "agrediram dezenas de pessoas, batendo e maltratando-as de diferentes formas", indicou o comunicado da polícia.
"Em alguns casos, chegaram a atirar os migrantes vivos ao mar e recusaram-se a socorrer aqueles que caíam acidentalmente à água", acrescentou.
19 detenidos por la desaparición de medio centenar de migrantes arrojados al mar En #GranCanaria ➡️ Un cayuco con 248 personas fue localizado a la deriva ️ Las víctimas relatan homicidios, lesiones y torturas durante la travesía Todos en prisión provisional pic.twitter.com/G5UfDSixbD
- Policía Nacional (@policia) September 17, 2025
A polícia disse que alguns homicídios foram motivados por superstições, com vítimas acusadas de serem "feiticeiros", responsáveis por avarias nos motores, escassez de alimentos e tempestades.
Outros teriam sido assassinados por protestar contra as duras condições da viagem.
Um dos migrantes, gravemente doente no momento do resgate, morreu no hospital.
Espanha é um dos três principais pontos de entrada para migrantes irregulares na Europa, com Itália e Grécia.