Os suspeitos de um assalto milionário à mão armada em Vilamoura, no Algarve, no início deste ano, foram detidos em Espanha pela Guardia Civil.
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O roubo terá rendido cerca de dois milhões de euros em relógios, joias e dinheiro. O JN sabe que o grupo é também suspeito de uma tentativa de assalto a uma moradia em Faro no final do ano passado.
Os elementos do grupo são todos estrangeiros, alguns de nacionalidade albanesa, e residiam em Algeciras, na província de Cádiz. Deslocavam-se ao Algarve para concretizar os crimes.
De acordo com um comunicado a Guarda Civil espanhola, os sete detidos são suspeitos de, pelo menos, 16 roubos em casas de luxo no sul de Espanha e em Portugal. Foram recuperados objetos no valor de 10 milhões de euros.
Em comunicado, aquela força policial avança que os suspeitos utilizavam “um alto nível de violência com armas de fogo para ameaçar as vítimas”, que eram muitas vezes manietadas dentro das próprias casas e forçadas a revelar a localização de objetos valiosos e as chaves de cofres.
Para escolher os alvos, o grupo tinha um “alto grau de especialização” para contornar sistemas de vigilância, usando “técnicas especializadas de camuflagem e ocultação”, acrescenta a Guardia Civil.
Descoberta "base de operações" do grupo
A operação agora desencadeada foi o resultado de uma investigação policial, que arrancou em junho de 2024, altura em que a Guarda Civil identificou uma casa no sul de Espanha onde o grupo montou uma “base de operações”.
Foi nessa casa que detiveram os sete suspeitos, que serão "os principais membros do grupo criminoso” e recuperou vários objetos roubados, incluindo jóias e relógios, que estavam enterrados nos terrenos da habitação.
Aos suspeitos foram apreendidos 44.500 euros, 23.700 dólares americanos e 603.000 hryvnias ucranianas, bem com vários lingotes de ouro e numerosos objetos de marcas de luxo. Alguns desses objetos tinham inscrições que permitiram à polícia espanhola identificar os proprietários da casa de Vilamoura, em articulação com a PJ do Sul.
Foram também apreendidas armas de fogo, dois carros, que seriam usados nos roubos, caixas fortes, ferramentas usadas para forçar a entrada nas casas, telemóveis e aparelhos de transmissão via rádio, através dos quais o grupo comunicava durante os assaltos.
No assalto à casa de Vilamoura, os suspeitos entraram pelas traseiras da casa, através de muros, com os proprietários e alguns funcionários no exterior. Estavam armados e ameaçaram as vítimas. Não houve agressões nem foram efetuados disparos.
O proprietário, de 60 anos, é um investidor com ligações à indústria farmacêutica e à banca. É oriundo da Índia e tem nacionalidade tanzaniana. A mulher, de 44 anos, é gestora imobiliária, natural da Polónia e tem nacionalidade alemã. Uma menor, filha do casal, estava em casa na altura do roubo.