O presidente da televisão pública tunisina, Elyes Gharbi, foi demitido, esta sexta-feira, depois de um problema na difusão do telejornal na noite de quinta-feira.
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A instância encarregada de regular o audiovisual na Tunísia, designada Haica, declarou-se "surpreendida" com a decisão e a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) exprimiu a sua "inquietação".
Em comunicado, enviado à AFP, o Governo indicou que "foi decidido aliviar Elyes Gharbi das suas funções e nomear Abdelmajid Mraihi presidente interino".
O Governo já tem um candidato para a sucessão. O seu nome, que ainda permanece em segredo, foi submetido à Haica, para que dê o seu parecer, conforme a lei.
Gharbi, contactado pela AFP, indicou que não foi informado da decisão.
Na noite de quinta-feira, os tele-espetadores foram surpreendidos por o telejornal das 20 horas, que está a ser transmitido agora às 19 horas devido ao Ramadão, ter ido para o ar com uma hora e meia de atraso.
Em comunicado, a televisão lamentou este atraso, explicando que "o produtor do jornal tinha sido vítima de uma crise cardíaca".
Em declarações à AFP, o presidente da Haica, Nouri Lajmi, afirmou: "Fomos surpreendidos pelo anúncio da demissão e consideramos que não é normal".
Um atraso na difusão do telejornal "não é o fim do mundo", considerou, avançando que uma crise cardíaca "é um caso de força maior, que pode acontecer em qualquer lugar do mundo".
Contudo, a versão da crise cardíaca é contestada dentro da estação televisiva, revelou à AFP uma jornalista da televisão, sob anonimato.
"Esta demissão do presidente inquieta a nossa organização (...). O Governo deveria poder explicar-nos as razões e os resultados desta demissão precipitada", disse a diretora da RSF para a África do Norte, Yasmine Kacha, à AFP.