O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, celebrou o anúncio da demissão do diretor do FBI, Christopher Wray, como "um grande dia" para o país.
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O diretor do FBI, Christopher Wray, anunciou que pretende deixar a liderança da agência federal norte-americana de investigação no final do mandato do presidente Joe Biden, em janeiro, antes do sucessor Donald Trump tomar posse.
Numa reunião com a equipa do departamento federal, na quarta-feira, Wray disse que deixará o cargo em janeiro e antes do final do mandato, "após semanas de cuidadosa reflexão", noticia a agência AP.
A intenção de Wray de renunciar era esperada, dado que Donald Trump já havia anunciado a escolha para o cargo, na sua futura administração, de Kash Patel, um forte crítico dos procedimentos do FBI e apoiante intransigente do movimento político do Presidente eleito.
Na sua rede Truth Social, o republicano reiterou as críticas que tem feito ao FBI desde que a agência federal realizou buscas à sua residência em Mar-a-Lago, na Florida, em 2022, onde apreendeu documentos classificados.
Trump prometeu "restaurar o Estado de Direito" e disse não compreender "o que aconteceu" a Wray, a quem acusou de ter invadido ilegalmente Mar-a-Lago e de instrumentalizar a justiça.
Na mesma mensagem, o presidente eleito instou o Senado norte-americano (câmara alta do Congresso), a ratificar a nomeação como novo diretor do FBI de Kash Patel, um aliado de Trump e um crítico da polícia de investigação.
"Kash Patel é o candidato mais qualificado para liderar o FBI na história da agência e está empenhado em ajudar a garantir que a lei, a ordem e a justiça regressem ao nosso país novamente, e em breve", disse Trump.
Nomeado por Trump
Wray havia sido nomeado anteriormente por Trump, após o ex-presidente demitir o então diretor do FBI James Comey, iniciando em 2017 um mandato de 10 anos - um período destinado a isolar a agência da influência política das diferentes administrações.
"O meu objetivo é manter o foco na nossa missão, o trabalho indispensável que vocês fazem diariamente para o povo americano. Na minha opinião, essa é a melhor maneira de evitar afundar ainda mais o FBI na confusão política", acrescentou Wray, numa declaração por escrito aos funcionários do FBI, citada pelas agências internacionais.
A investigação do FBI sobre o assalto ao Capitólio por apoiantes de Donald Trump em 6 de janeiro de 2021 transformou a instituição centenária num alvo de ataques sem precedentes, vindos sobretudo da ala mais à direita do partido republicano.
As críticas, incluindo do próprio Donald Trump, foram alimentadas também pelas buscas à residência do presidente eleito em Mar-a-Lago, na Flórida (sudeste), em 2022, onde a polícia federal apreendeu documentos classificados.