O diretor-geral do MI5, Andrew Parker, disse num discurso público que a ameaça terrorista que o país enfrenta está a acelerar a um ritmo alarmante, sendo a pior que ele já viveu em 34 anos de carreira.
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O MI5, também designado de Serviço de Segurança, tem expandido e atualizado constantemente as suas valências mas não pode na realidade evitar todos os ataques a civis, afirmou Andrew Parker.
"Em 2017, com tudo o que aconteceu, é claro que estamos a lutar com uma intensa ameaça terrorista ao Reino Unido dos extremistas islâmicos", referiu.
Andrew Parker sublinhou ainda que essa ameaça é "multidimensional, evolui rapidamente e opera a uma escala e um ritmo" que a agência nunca viu anteriormente.
Este ano, os ataques bem-sucedidos do grupo jiadista Estado Islâmico (EI) a Londres e Manchester mataram um total de 36 pessoas.
Decorrem investigações a cerca de três mil pessoas suspeitas
O diretor-geral destacou que nos últimos quatro anos "20 ataques no Reino Unido foram fracassados".
"Muitos mais serão impedidos pelas intervenções precoces que nós e a polícia fazemos. Tem havido um número recorde de detenções relacionadas com o terrorismo: 379 este ano até junho", revelou.
Andrew Parker acrescentou que o MI5 tem mais de 500 investigações a decorrer que envolvem cerca de três mil pessoas que se sabe terem estado envolvidas em atividades extremistas.
Mais de 20 mil pessoas foram investigadas no passado por possíveis laços terroristas e há ainda "extremistas violentos" que não foram detetados pelo Serviço de Segurança, indicou a mesma fonte.
O risco será aumentado pelo possível retorno de cidadãos britânicos que se juntaram ao EI na Síria e no Iraque, avançou Andrew Parker.
O diretor-geral assegurou que o MI5 está bem equipado para lidar com o aprofundamento da ameaça, uma vez que o número de membros da agência aumentará de quatro mil para cinco mil nos próximos anos.
No entanto, o responsável alertou para o facto de ser impossível impedir todos os ataques. "Vão ocorrer ataques, às vezes porque esta é uma sociedade livre, uma democracia liberal e nós não monitorizamos toda a gente a toda a hora".
Andrew Parker pediu ainda às empresas de tecnologia que trabalhem em conjunto com o governo para evitar que as suas redes sociais sejam usadas pelos extremistas em comunicações que não podem ser vigiadas.