Diretor dos serviços de emergência de Maui demite-se após críticas por não ter alertado sobre incêndio
O chefe da agência de gestão de emergências de Maui, que disse nesta semana que não se arrepende da decisão de não soar o alerta quando um incêndio mortal atingiu a cidade havaiana de Lahaina, demitiu-se na quinta-feira.
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Herman Andaya foi criticado por não ativar a rede de alerta em toda a ilha enquanto as chamas avançavam rapidamente sobre a cidade. Os sobreviventes disseram que não tinham nenhum aviso sobre o incêndio.
"Hoje o autarca Richard Bissen aceitou a renúncia do administrador da Agência de Gestão de Emergências de Maui (MEMA), Herman Andaya", lê-se num comunicado do condado de Maui. "Alegando motivos de saúde, Andaya apresentou a sua renúncia com efeito imediato".
A decisão de Andaya de não ativar os alertas é um dos vários erros percebidos pelas autoridades locais antes, durante e depois do incêndio que indignaram os sobreviventes, que dizem que mais vidas poderiam ter sido salvas. "As sirenes são usadas principalmente para tsunamis. O público é treinado para procurar terrenos mais altos no caso de a sirene soar", disse Andaya numa conferência de imprensa na quarta-feira. "Se tivéssemos tocado a sirene naquela noite, temíamos que as pessoas tivessem ido [para as colinas]... para o fogo".
Andaya questionou ainda se alguém teria ouvido as sirenes de 121 decibéis, um nível que a Academia Americana de Audiologia diz ser equivalente a um avião a jato a descolar. “Muitas pessoas que estão dentro de casa, ar condicionado ligado seja qual for o caso, não vão ouvir a sirene”, disse. "Além disso, os ventos estavam muito fortes. Era muito alto, por isso não teriam ouvido as sirenes".
Questionado sobre se se arrependeu da decisão de não ativar o sistema, Andaya respondeu apenas: "Não".
Pelo menos 111 pessoas morreram no que foi o incêndio florestal mais mortal nos Estados Unidos em mais de um século, mas espera-se que o balanço final seja consideravelmente maior. Acredita-se que muitos dos que morreram no incêndio ficaram presos nas suas casas ou carros enquanto tentavam escapar das chamas.