Distúrbios, queima de votos e ataques a presidências de câmara e sedes de Recenseamento Nacional foram protagonizados por eleitores insatisfeitos em vários municípios da Colômbia, após as eleições regionais e locais de domingo.
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No departamento de Cauca, um dos mais afetados pela violência, os municípios de Balboa, Argelia, Villa Rica e Almaguer foram palco de tumultos, com confrontos com a polícia, queima de boletins de voto e ataques às instituições locais, o que levou as autoridades a decretar o recolher obrigatório.
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o caos e a violência em algumas destas localidades após o anúncio dos resultados das eleições para presidentes de câmara.
Em Balboa, um grupo de pessoas com elementos que as identificavam com uma das candidaturas atacou uma escola onde se realizou a votação por insatisfação com os resultados.
Em Chinú, no departamento caribenho de Córdoba, ocorreu uma situação semelhante, quando um grupo descontente com os resultados do escrutínio desencadeou tumultos e ateou fogo a material eleitoral. O grupo violento também incendiou a sede de Recenseamento Eleitoral.
Também no departamento de Putumayo, no município de Santiago, um grupo irrompeu pela assembleia de voto denunciando a existência de fraude e destruiu boletins de voto, urnas e cubículos de votação -- um incidente gravado pelos eleitores que ali se encontravam e que rapidamente se espalhou nas redes sociais.
Estes atos violentos impediram a realização da votação nessa localidade.
"Em Santiago, Putumayo, encerramento das assembleias de voto devido a destruição de material eleitoral por simpatizantes de duas campanhas. Práticas violentas enquistadas em setores da população demonstram os reptos que, como sociedade e projeto de país, enfrentamos para uma democracia em paz", indicou o gabinete do Alto-Comissariado para a Paz na rede social X (antigo Twitter).
Foi igualmente suspensa a votação em Ricaurte, no departamento de Nariño, depois de um grupo de cidadãos ter tomado o único local de votação, exigindo à polícia garantias de segurança.
Segundo os dados das autoridades, as manifestações públicas de violência registaram uma redução de 28% em comparação com as eleições de 2019 e também diminuiu em 25% o número de homicídios no dia das eleições.
"Destacamos que, ao longo da jornada eleitoral, não se registaram atentados ou ataques a unidades militares ou unidades policiais, bem como contra qualquer infraestrutura estratégica do país", indicou hoje o subdiretor da polícia, o general Nicolás Zapata Restrepo.
A Procuradoria-Geral da República, por seu lado, registou 29 perturbações da ordem pública em Antioquia, Meta, Putumayo, Cundinamarca, Nariño e Arauca, e indicou também que na localidade de Los Aguacates, no departamento de Antioquia, houve confrontos entre membros da guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN) e dissidentes da guerrilha FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Nas eleições de domingo, 38,9 milhões de colombianos foram às urnas para eleger 1102 presidentes de câmara e 32 governadores, bem como deputados das assembleias municipais, assembleias regionais e presidentes das Juntas de Administração Local (JAL).