Dez meses após a divulgação das imagens de Omran Daqneesh, que chocaram o mundo, voltam a surgir registos do menino de Alepo. A família permanece na cidade síria.
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Em agosto do ano passado, o mundo pôs os olhos num menino coberto de pó e sangue, após ser resgatado de um edifício em escombros, em Alepo. Sentado numa ambulância, o rapaz de três anos apenas olhava para as câmaras, sem emitir um único som. Era Omran Daqneesh.
O menino viria a tornar-se um símbolo da brutalidade dos confrontos em Alepo, na Síria. Agora surgiram novas imagens de Omran, sentado no joelho do pai. As várias fotografias foram divulgadas por uma jornalista pró-regime sírio, Kinana Allouche. "Ele vive aqui, no estado sírio, com o seu exército, o seu líder e as suas pessoas", descreveu a jornalista.
https://facebook.com/KinanaAllouchePage/posts/1382487308455163
Até agora, a família de Omran tinha-se remetido ao silêncio, tentando salvaguardar a sua segurança. O pai chegou inclusive a rapar o cabelo do filho para tentar disfarçá-lo e protegê-lo da imprensa. "Eles queriam comercializar o sangue [de Omran] e publicaram fotografias dele", afirmou o pai do menino, citado pelo jornal "The Telegraph".
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Segundo as entrevistas agora concedidas a vários canais de televisão sírios e libaneses pró-regime sírio, o pai de Omran terá acusado os grupos rebeldes e a imprensa internacional de usar a imagem do seu filho para atacar o regime de Bashar al-Assad. A famíla ter-se-á mantido leal ao regime sírio e permanece em Alepo. "Aqueles que tentaram derramar sangue sírio ludibriariam as notícias, dizendo que [o Omran] foi atingido pelo Exército Árabe Sírio", escreveu a jornalista pró-regime sírio.