As Brigadas Al Quds, braço armado da Jihad Islâmica palestiniana, divulgaram um vídeo de propaganda em que a refém israelita Arbel Yehud afirma perante as câmaras estar “bem” e desejar ser libertada “como as outras raparigas”.
Corpo do artigo
No vídeo, Arbel Yehud diz que a data é 25 de janeiro, pelo que terá sido gravado há apenas dois dias - o mesmo dia em que começou a controvérsia sobre o seu bem-estar, quando as fações palestinianas libertaram quatro mulheres soldados, em vez de Yehud e outros reféns civis ainda em cativeiro.
De acordo com o acordo alcançado entre o Hamas e Israel - e graças ao qual o exército permitiu hoje o regresso dos deslocados de Gaza ao norte da Faixa de Gaza - a jovem será libertada na quinta-feira, juntamente com Agam Berger e outro refém cuja identidade ainda é desconhecida.
A família de Yehud pediu aos meios de comunicação social que não divulgassem o vídeo, que tem pouco mais de um minuto de duração e mostra a jovem em boas condições físicas e sentada numa cadeira.
A jovem foi raptada do Kibutz Nir Oz em 7 de outubro de 2023, juntamente com o seu companheiro, Ariel Cunio, que também continua detido.
Estava programada a sua libertação juntamente com os outros grupos de reféns, mas tal não sucedeu, o que levou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a divulgar uma nota a afirmar que Telavive não permitiria que os palestinianos regressassem ao norte de Gaza enquanto aquela refém não fosse libertada.
A Jihad Islâmica e o Hamas já divulgaram anteriormente vídeos semelhantes com reféns, naquilo que Israel considera ser parte de uma “guerra psicológica” para pressionar a sociedade e as famílias.
As brigadas Al Quds são o segundo maior grupo armado da Palestina, suplantadas apenas pelo Hamas.
O porta-voz do Governo israelita, David Mencer, anunciou hoje que outros oito reféns programados para serem libertados morreram. Estas mortes significam que dos 26 reféns que serão devolvidos ao seu país na primeira fase do acordo, apenas 18 ainda estão vivos.
A primeira fase deste processo - que durará seis semanas e que começou a 19 de janeiro, dia em que cessaram os combates no território palestiniano - deverá permitir a libertação de 33 reféns em troca da libertação de mais de 1900 palestinianos detidos por Israel.
Sete mulheres feitas reféns nos ataques do Hamas a Israel de 7 de outubro de 2023 já regressaram a casa após as duas primeiras trocas, realizadas a 19 e 25 de janeiro.