Milhares de pessoas em todo o Mundo pararam, na noite de quinta-feira para sexta-feira, para ver o eclipse lunar total, no qual a Lua banhou-se de cores avermelhadas, num fenómeno raro conhecido como "Lua de Sangue".
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O eclipse lunar, o primeiro do ano, foi visível na sua fase total no continente americano, em grande parte dos oceanos Pacífico e Atlântico, e no extremo-oeste da Europa e de África. O eclipse durou cerca de seis horas e a sua fase de totalidade pouco mais de uma hora.
Esse fenómeno ocorre cerca de duas vezes por ano. À medida que a Lua orbita a Terra e a Terra orbita o Sol, os três corpos estão sempre no caminho um do outro, bloqueando periodicamente a visão de um para o outro. Os eclipses lunares dependem de um alinhamento diferente entre o Sol, a Lua e a Terra, ocorrendo quando a Terra está entre o Sol e a Lua, bloqueando a luz solar que é normalmente refletida na superfície lunar e projetando uma sombra no seu lugar. Os eclipses lunares podem ser parciais, com apenas parte da superfície da lua coberta, ou totais, com toda a face da lua escurecida.
Como a Lua não orbita a Terra num plano perfeitamente plano em torno do equador do planeta, mais sim inclinada num ângulo de 5,145 graus, por vezes, a Lua passará em frente da Terra um pouco acima ou abaixo da linha média do planeta, permitindo que um pouco de luz solar atinja uma parte da superfície lunar. Só quando os três corpos estão perfeitamente alinhados, como estarão esta semana, é que ocorrerá um eclipse lunar total.
Num eclipse lunar total, a Lua é banhada por alguma luz solar que passa pela Terra e pela sua atmosfera, tendo um efeito dramático na cor da lua. A luz solar contém todas as cores do espectro visível, mas, ao atingir a nossa atmosfera, os comprimentos de onda azuis de frequência mais elevada são dispersos, o que confere ao nosso céu a sua cor característica. Os comprimentos de onda vermelha e laranja passam diretamente. No caso de um eclipse lunar, isto significa que a Lua é banhada por um brilho avermelhado. Daí ser também chamada "Lua de Sangue".
Este mês, ainda haverá um eclipse parcial do Sol, em 29 de março, que poderá ser observado no Canadá, Europa, Rússia e África. Assim como o lunar, o eclipse solar ocorre quando o Sol, a Lua e a Terra estão perfeitamente alinhados. Desta vez, porém, é a Lua que fica entre o Sol e a Terra, escondendo o Sol total ou parcialmente. No caso do eclipse solar (total ou parcial), o Sol não deve ser observado diretamente a olho nu, mas apenas com óculos especiais.
Além disso, segundo dados facultados à agência Lusa por Rui Agostinho, astrónomo e professor jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, haverá este ano um segundo eclipse total da Lua em 7 de setembro, mas apenas será visível na sua plenitude no Algarve, e parcialmente nas regiões da Madeira, Lisboa e Porto.