Dois deputados líbios foram feridos a tiro quando dezenas de jovens invadiram o edifício do Congresso geral nacional, a mais alta instância política do país, para exigir a libertação de manifestantes detidos no sábado.
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"Dois membros [Congresso geral nacional, CGN] foram atingidos a tiro quando tentavam abandonar o local nos seus automóveis", declarou o presidente do movimento político, Nuri Abou Sahmein, à televisão líbia Al-Nabaa, ao acusar "manifestantes armados" pelos incidentes.
Antes, um porta-voz do CGN, Omar Hmidane, tinha denunciado "agressões a alguns dos seus membros", acrescentando que foram destruídos diversos veículos de deputados.
Uma deputada indicou à AFP que os manifestantes, na sua maioria jovens e armados com facas e bastões, invadiram o local ao som de "Demissão, demissão".
Diversos media líbios tinham já confirmado que um membro do Congresso, Abdelrahmane al-Swihli, foi alvejado quando tentava abandonar o edifico.
Os manifestantes exigem a dissolução do Congresso e protestam contra o "sequestro", na véspera, de dezenas de pessoas que participavam num protesto frente ao edifício, situado no centro de Tripoli.
Num breve comunicado, o ministério da Justiça denunciou a detenção "de jovens que foram exprimir a sua opinião".
Um dos participantes no protesto, que exige a dissolução do Congresso, disse que no sábado "homens armados e a disparar para o ar incendiaram uma tenda instalada pelos manifestantes frente ao Congresso", e que em seguida "sequestraram" alguns dos participantes, sem precisar o número.
O CGN suscitou a cólera de uma grande parte da população ao decidir prolongar até dezembro de 2014 o seu mandato, que deveria ter expirado no início de fevereiro.
Sob a pressão da rua, que acusa a instituição de não ter conseguido restabelecer a ordem e por fim à anarquia, o CGN decidiu recentemente organizar eleições antecipadas, mas ainda não fixou uma data.