Dois franceses suspeitos de terem ligações à al-Qaeda na Península Arábica (Aqpa) foram detidos no Iémen, divulgou este sábado um alto responsável das forças de segurança locais, que acrescentou que os dois homens foram submetidos a interrogatórios.
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"Nos últimos dois dias, dois cidadãos franceses acusados de pertencer à al-Qaeda foram detidos", afirmou o chefe do serviço de segurança nacional do Iémen, o general Mohammed al-Ahmadi.
"Existem cerca de mil militantes da al-Qaeda no Iémen de 11 países árabes e não árabes", acrescentou o general, em declarações aos jornalistas na capital iemenita Sanaa.
Na última quarta-feira, a Aqpa reivindicou o ataque contra o semanário satírico francês "Charlie Hebdo", que fez 12 mortos no passado dia 7 de janeiro em Paris.
O ataque foi perpetrado por dois irmãos franceses, Chérif e Said Kouachi, que foram mortos dois dias mais tarde durante uma operação policial.
Um oficial de segurança do Iémen confirmou posteriormente que os irmãos Kouachi tinham passado pelo Iémen, onde receberam treino militar.
Fontes em Sanaa divulgaram, entretanto, que o diretor do gabinete do presidente iemenita, Abd Rabbo Mansour Hadi, foi este sábado sequestrado por um grupo de homens armados.
Um responsável local citado pela agência francesa AFP afirmou que o sequestro terá sido realizado pelas milícias xiitas que controlam a cidade desde setembro.
Estas milícias contestaram em outubro a nomeação de Ahmed Awad ben Mubarak para o cargo de primeiro-ministro, no âmbito de um plano de paz negociado sob a égide das Nações Unidas.
Ahmed Awad bin Mubarak acabaria por abdicar da sua indigitação face aos fortes protestos dos rebeldes.