O assassínio de dois homens, ocorrido esta sexta-feira, frente a uma sede do partido neonazi Aurora Dourada, nos arredores de Atenas, aponta para uma vingança pelo homicídio do ativista de Esquerda Pavlos Fyssas por um extremista de direita.
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Apesar de não haver confirmação oficial de que se trate de um ajuste de contas, nem de que as vítimas sejam neonazis, os indícios parecem apontar em direção da primeira hipótese.
O porta-voz do Aurora Dourada, Ilias Kasiriadis, afirmou imediatamente depois do crime que as duas vítimas eram membros do partido.
O ministro da Ordem Pública, Nikos Dendias, apontou para a possibilidade de um ajuste de contas, pelo assassínio em setembro do músico antifascista Pavlos Fyssas por um simpatizante da Aurora Dourada.
"Não se pode permitir que o país se converta num cenário de ajustes de contas por qualquer coisa", disse o ministro, em comunicado.
As duas vítimas, de 22 e 26 anos, foram abatidas por disparos feitos a partir de uma motocicleta, em que seguiam duas pessoas, informou a brigada antiterrorista, que lançou uma operação de busca.
A imprensa local avançou, citando a polícia, que o ataque foi feito de acordo com todas as regras de uma execução, com uma arma de nove milímetros e disparos dirigidos, a curta distância, diretamente à cabeça. Uma das vítimas foi também baleada no tórax.
O ministro da Saúde, Adonis Yeoryiadis, assinalou, em declarações a uma cadeia de televisão privada, que uma terceira vítima, um homem de 27 anos, está em estado crítico.
Informações policiais, divulgados pelos meios de comunicação, indicam que um dos homens faleceu no local e o outro a caminho do hospital.
O incidente ocorre algumas semanas depois de seis deputados do Aurora Dourada, incluindo o líder e fundador do partido de extrema-direita, terem sido acusados de integrarem uma "organização criminosa", no âmbito de uma ofensiva contra a força política que foi desencadeada após a morte do músico por um membro do partido, em setembro.