Os confrontos entre manifestantes e polícia, na Turquia, causaram ferimentos em 160 polícias e 60 civis, segundo as autoridades, mas a Ordem dos Médicos turcos refere 2500 feridos só em Istambul e Ancara.
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Duas pessoas morreram, um jovem de 22 anos baleado na cabeça durante um protesto noturno na província de Hatay e outro atropelado por um carro que investiu contra a multidão em Istambul.
Um outro manifestante foi baleado na cabeça e está em morte cerebral e uma mulher foi atingida por uma granada de gás lacrimogéneo e encontram-se em coma.
Em Ancara, testemunhas deram conta de que os polícias tapavam os números de identificação dos capacetes antes de carregar sobre os manifestantes e que grupos de pessoas vestidas à civil atacaram os manifestantes em apoio à polícia.
Os confrontos, que começaram na sexta-feira em Istambul, continuaram durante a noite de segunda-feira e madrugada de hoje, estendendo-se a outras cidades do país.
Em Istambul, registaram-se confrontos violentos no bairro de Besiktas, com a mobilização de um enorme contingente da polícia antimotim, mas por volta da meia-noite manifestantes e polícia negociaram uma trégua e milhares de jovens marcharam até à praça Taksim, onde se mantiveram em ambiente festivo até de madrugada.
A polícia voltou depois a cortar a comunicação entre vários bairros, espalhando gás lacrimogéneo a partir de helicópteros e, ao amanhecer, voltou a carregar contra os manifestantes.
O Presidente turco, Abdullah Gul, convocou para hoje o vice-primeiro-ministro Bulent Arinc para discutir a situação dos protestos, devendo depois falar à comunicação social.
O primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, em viagem oficial ao Magrebe, continua a insistir que os protestos são motivados ideologicamente, culpa a oposição e assegura que tudo se acalmará nos próximos dias.
Vários sindicatos convocaram para hoje uma greve para denunciar "o estado de terror" e pediram aos seus membros que compareçam nos locais de trabalho vestidos de negro, mas sem trabalhar.
Os protestos tiveram origem no desalojamento forçado de um acampamento pacífico no parque Gezi, em Istambul, mas derivaram para uma contestação generalizada ao caráter autoritário de Erdogan, exigindo agora a sua demissão.