Dois paramédicos morrem em ataque israelita a ambulância. Israel fala em "veículo suspeito"
O exército israelita confirmou, esta quinta-feira, que um dos seus tanques atingiu um veículo suspeito, depois de o Crescente Vermelho palestiniano ter denunciado a morte de dois paramédicos num ataque a uma ambulância em Rafah.
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O diário israelita "Haaretz" noticiou que os militares alegaram que o "veículo suspeito" foi atingido por se dirigir contra o tanque de guerra. Disseram também que a presença de uma ambulância no local não tinha sido coordenada com o exército.
As autoridades israelitas estão a investigar o incidente, acrescentou o jornal, citado pela agência espanhola Europa Press.
O Crescente Vermelho Palestiniano declarou na quarta-feira que dois paramédicos tinham morrido "na sequência de bombardeamentos diretos da ocupação israelita" na zona de Tal al-Sultan, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
A organização disse num comunicado divulgado nas redes sociais que os dois paramédicos foram mortos num ataque a uma ambulância "enquanto realizavam o seu trabalho humanitário".
Acusou Israel de "um ataque deliberado" contra a ambulância e disse que o veículo "ostentava o emblema do Crescente Vermelho, que tem proteção internacional". "O número de membros da Sociedade do Crescente Vermelho Palestiniano mortos desde o início da agressão a Gaza subiu para 19, todos eles atacados pela ocupação [Israel] quando cumpriam funções humanitárias", acrescentou.
O governo do grupo extremista Hamas denunciou um "crime hediondo" que disse confirmar a intenção de Israel de "aniquilar e desmantelar o sistema de saúde na Faixa de Gaza".
Israel tem em curso uma ofensiva em Rafah, onde diz que estão concentrados os últimos batalhões do Hamas, apesar de o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) ter ordenado há uma semana a suspensão imediata da operação.
As decisões do TIJ, o órgão jurisdicional da ONU, são vinculativas, mas o tribunal não tem meios de as fazer cumprir.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1200 mortos, segundo Israel. O Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, disse que a ofensiva lançada por Israel depois do ataque já provocou mais de 36.200 mortos e a destruição de muitas infraestruturas do enclave palestiniano.