Luke Somers, um jornalista norte-americano, e Pierre Korkie, um professor sul-africano, morreram, esta sexta-feira, no Iémen, durante uma operação das forças especiais dos EUA para os libertar.
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Luke Somers tinha 33 anos e trabalhava como jornalista e fotógrafo para a imprensa local. Segundo a "BBC", o seu trabalho foi publicado em diversos meios de comunicação internacionais.
O jornalista tinha sido raptado perto de um supermercado em Sanaa, a capital iemenita, em setembro de 2013. A "BBC" afirma que terá sido posteriormente vendido à Al-Qaeda, que o manteve refém até ontem.
O "The New York Times" adianta que a operação foi levada a cabo pelas forças especiais norte-americanas. Luke Somers, diz o diário, terá sido baleado pelos seus raptores durante a operação de resgate. Quando os soldados dos EUA o encontraram, estava já severamente ferido. Foi transportado por helicóptero para um navio estacionado na região, mas não resistiu aos ferimentos.
Esta semana, tinha sido divulgado um vídeo que mostrava um membro da organização terrorista a ameaçá-lo de morte.
O secretário da Defesa dos EUA confirmou hoje que a operação aconteceu e que falhou. "As forças especiais dos Estados Unidos levaram a cabo uma missão no Iémen para libertar um cidadão americano, Luke Somers, e quaisquer outros cidadãos estrangeiros que, juntamente com ele, estivessem sequestrados pelos terroristas da Al-Qaeda", disse, em comunicado, Chuck Hagel, de visita ao Afeganistão.
"Tanto Somers como um refém não americano foram assassinados pelos terroristas da Al-Qaeda no decurso da operação", certificou.
Juntamente com o fotojornalista estava refém o professor sul-africano Pierre Korkie, que trabalhava para a ONG "Gift of the Givers". "Recebemos com tristeza a notícia de que Pierre foi morto na tentativa das forças especiais dos Estados Unidos, às primeiras horas da manhã, para libertar reféns sequestrados no Iémen", disse a associação de caridade.
Obama condena
O presidente dos EUA já reagiu entretanto ao trágico incidente. Para Barack Obama, tratou-se de um "assassínio bárbaro".
Obama garantiu que estas mortes não vão deter as tentativas do seu governo para libertar os reféns americanos e prometeu continuar a usar "todos os recursos militares, de informações e diplomáticos" para os resgatar.
O presidente norte-americano deixou, ainda, uma mensagem de condolências à família e amigos dos reféns.
A irmã de Luke Somers, citada pela imprensa norte-americana, confirmou ter sido informada pelo FBI de que o seu irmão tinha morrido. "Pedimos que todos os membros da família do Luke possam fazer o seu luto em paz", apelou Lucy Somers.
Dez militantes da Al-Qaeda terão também sido mortos na operação, realizada na província de Shabwa, no Sudeste do Iémen.
A Al-Qaeda da Península Árabe, como se designa a célula da organização terrorista que atua no Iémen, é considerada pelos EUA um dos grupos mais mortíferos entre os que estão ligados à organização terrorista que foi liderada por Bin Laden.
A célula opera no lado este do Iémen e tem conseguido angariar crescente apoio, desde que o presidente Ali Abdullah Saleh foi derrubado do poder em 2011.