Duas cabeleireiras infetadas com covid-19 usaram máscara e evitaram contágio de 139 clientes
Um relatório do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, publicado esta terça-feira, concluiu que duas cabeleireiras infetadas com a covid-19, sem saberem, evitaram que 139 clientes fossem contagiados. Como? Usaram máscara.
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O caso aconteceu num salão de beleza em Springfield, no estado do Missouri, nos Estados Unidos da América. As duas cabeleireiras trabalharam infetadas durante uma semana. Através do rastreamento dos contactos foi possível perceber que nenhum cliente ou familiar destes deverá ter tido contacto com o vírus. Um relatório do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos acredita que a utilização de máscara pelas duas cabeleireiras fez toda a diferença.
Uma das cabeleireiras começou a ter sintomas a 12 de maio, mas continuou a trabalhar até dia 20 do mesmo mês, altura em que recebeu um teste positivo à covid-19. No entanto, esta profissional conseguiu transmitir o vírus a outra colega, que também continuou a trabalhar até dia 20 de maio, mas tinha sintomas desde o de dia 15.
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As duas mulheres usaram máscaras com revestimento duplo de algodão e máscaras cirúrgicas, enquanto interagiam com os clientes. Os clientes usaram também proteção durante a maior parte do tempo em que estiveram dentro do salão de beleza. Além do uso de máscaras, os especialistas do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos acreditam que a lotação até 25% do espaço impediu o contágio mais alargado.
No entanto, os especialistas denotaram algumas dificuldades no rastreamento dos contactos. Nem todos os clientes quiseram ser testados e alguns poderão ter feito o teste à covid-19 demasiado cedo: 67 pessoas aceitaram e 72 recusaram. Dos 139 clientes de uma semana, 104 foram entrevistados pelo Departamento de Saúde do Condado de Greene -- 87 não registaram sintomas e os que tiveram, não receberam um teste positivo à covid-19 (há hipótese de serem assintomáticos).
Apesar das limitações, os especialistas acreditam que o uso generalizado de máscara preveniu males maiores. "Os resultados indicam que as máscaras em espaços públicos, quando o distancimento social não é possível, ajudam a reduzir o contágio da SARS-CoV-2", concluem. Numa altura em que o debate sobre o uso de máscara ainda é amplamente feito nos EUA, especialmente por Donald Trump (que já recuou na crítica desenfreada), todas as provas são suficientes para que a covid-19 não seja potenciada.
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