As autoridades espanholas descobriram, na semana passada, centenas de artefactos arqueológicos e fragmentos ósseos com até cinco mil anos, em duas casas na província de Alicante. Dois homens estão a ser investigados.
Corpo do artigo
A investigação da Guardia Civil começou em novembro, depois de a Polícia ter sido avisada acerca de uma casa na pequena vila de Gata de Gorgos, contendo, supostamente, ossadas antigas. Uma busca confirmou a denúncia, revelando fragmentos de ossos que um arqueólogo local determinou terem entre quatro e cinco mil anos de idade.
O proprietário da casa e dos artefactos justificou a posse com uma herança, alegando ter recebido os artefactos após a morte de um familiar, mas, perante a ausência de qualquer documentação que os regulasse, a Polícia considerou a coleção arqueológica ilegal. Colaborando com as autoridades, o homem apontou ainda na direção de uma segunda habitação, na cidade vizinha de Dénia, onde a Polícia acabaria por encontrar 350 outros artefactos arqueológicos, entre moinhos da idade do bronze a partes de um tear romano e ânforas fenícias, bem como quase 200 fragmentos de ossos.
"Uma das maiores coleções privadas ilegais"
A descoberta feita no âmbito da chamada operação "Osarium" foi considerada "uma das maiores coleções privadas ilegais na província de Alicante", comunicou na sexta-feira a Polícia, que divulgou fotografias dos artefactos milenares apreendidos, entre os quais se encontram cerca de mil pequenos ladrilhos pertencentes a antigos mosaicos romanos, além de uma granada de ferro do século XVIII e balas de canhão.
A Guardia Civil também encontrou vários cadernos contendo anotações manuscritas, que acredita terem sido feitas pelo familiar falecido, documentando o local exato onde os itens foram encontrados, o que pode ajudar os especialistas a datar e a atribuir valor aos objetos, que estão a ser armazenados no Museu Arqueológico de Dénia.
Os dois homens envolvidos no caso (os proprietários de ambas as casas) estão sob investigação e podem responder pelos crimes de apropriação de bens de valor artístico, histórico, cultural ou científico.