Fontes consulares confirmaram que duas madeirenses e dois luso venezuelanos ficaram feridos na sequência da explosão que ocorreu na Refinaria de Amuay, em Paraguaná, no Estado venezuelano de Falcón, 450 quilómetros a oeste de Caracas. A explosão fez pelo menos 24 mortos e 82 feridos.
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"Estão duas nacionais, uma nascida na Camacha e a outra em Gaula, que sofreram ferimentos sem gravidade e encontram-se numa clínica a receber tratamento ambulatório e apoio psicológico", disse à Agência Lusa o cônsul-geral de Portugal em Valência.
Segundo António Chrystêlo Tavares, dois filhos de uma delas "sofreram alguns ferimentos na cabeça, derivados de estilhaços, e encontram-se igualmente a receber tratamento médico".
Segundo o diplomata, a área onde ocorreu a explosão pertence à jurisdição do Consulado Geral de Portugal em Valência, organismo que "desde as 6.40 horas (12.20 em Lisboa) está a cobrir com o apoio de nacionais no terreno que estão a dar a indicação dos bens materiais".
Explicou que até agora há registo de que "uma padaria está totalmente destruída, um hotel (em adiantada fase final de construção) também sofreu alguns danos, um estabelecimento de venda de pneus, dois restaurantes e um estabelecimento de bebidas espirituosas".
"Esta foi uma noite de susto. As pessoas saíram para a rua, para a estrada. Estiveram a ponto de deixar a zona por temer que novas explosões ocorressem", explicou à Agência Lusa um empresário radicado nas proximidades.
Segundo José Matos, presidente do Centro Português de Punto Fijo, há vários negócios de portugueses afetados pela explosão, alguns dos quais foram depois pilhados.
Carlos Pereira de Sousa, que reside a escassos 8 minutos da refinaria, diz ter sido surpreendido pela explosão que inicialmente chegou a pensar que "era um terremoto seguido por um trovão ou até um avião que teria caído".
"Houve uma explosão grande e depois outras mais pequenas, os vidros dos estabelecimentos partiram-se e muitos negócios queimaram-se", disse, explicando que estão destruídos pelo menos dois restaurantes, duas padarias, uma loja de venda de bebidas alcoólicas e uma loja de produtos em vime, propriedade de portugueses.
Por outro lado, explicou que o trânsito está restringido e que será necessário reparar "o chão da estrada que abriu e impediu muitas pessoas de sair ou entrar" na zona.
A explosão na refinaria ocasionou a morte de pelo menos 24 pessoas e fez 82 feridos, entre eles um rapaz de 10 anos. Segundo Elías Jaua, vice-presidente da Venezuela, a maioria dos falecidos são integrantes da Guarda Nacional (polícia militar).
Segundo o ministro venezuelano de Energia e Petróleo, Rafael Ramírez, a explosão ocorreu pelas 1.11 horas locais deste sábado (6.44 em Lisboa), depois de uma fuga de gás propano cuja origem está por determinar.
A explosão "gerou uma nuvem, que depois explodiu e provocou incêndios em pelo menos dois tanques da refinaria e nas áreas circundantes".